terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Comparativo de S. Silvestres - Lisboa vs Amadora

Passagem no Saldanha - S.S. de Lisboa
As corridas de estrada de fim de ano, denominadas S. Silvestres, estão decididamente na moda. Deixo aqui um comparativo daquelas que já tive oportunidade de experimentar, mesmo sabendo da dificuldades desta comparação e de poder ser injusto na minha apreciação.


A S. Silvestre da Amadora conheceu a sua 38ª edição no passado dia 31. A de Lisboa é uma corrida jovem, com apenas 5 anos de existência. Logo aí, as diferenças são significativas e a comparação arriscada.

O cenário
Neste capítulo não há comparações. A beleza monumental da Baixa Pombalina de um lado, os arruamentos de uma cidade de subúrbio, por outro. Com as iluminações de Natal, mesmo mais pobres este ano, Lisboa fica a ganhar. A imagem de milhares de atletas a preencher a Avenida da Liberdade é avassaladora.

O percurso
Lisboa apresenta um percurso mais plano (145m de desnível positivo acumulado, contra os 239m da prova da Amadora. O circuito é também mais recto, o que torna a prova mais rápida. O piso degradado na R. do Arsenal é um aspecto a melhorar na prova lisboeta. Vale que não serão mais de 300m nestas condições.
Na Amadora, as dificuldades de um desnível acumulado superior, são acrescidas pelo sobe e desce constante e pelo percurso muito sinuoso. É um traçado bem exigente repleto de público entusiástico.

A organização
Neste capítulo a São Silvestre de Lisboa não dá hipótese. Desde o site, passando pela organização da zona de partida, comunicação, qualidade da T-Shirt técnica oferecida, a prova lisboeta é muito superior.
Na Amadora reina alguma desorganização na zona de partida. Assistimos a diversos atletas entrando pela parte da frente da linha de partida, não respeitando aqueles que já aguardavam, no seu lugar, há muito tempo. Se nos Elites é mesmo assim, choca-me ver indivíduos jurássicos, com cerca de 250 anos de idade, a acotovelar os restantes para sair na frente da corrida, para assim terem mais possibilidades de ganhar o prémio monetário destinado ao seu escalão etário, com a complacência da Organização.


A cortar a linha de chegada na S.S. da Amadora
O carisma
Aqui fala mais alto a idade da prova. Amadora, sem dúvida, que há muito se habituou a ver os melhores do atletismo nacional a correr à porta de casa. Conta ainda o facto da corrida se disputar numa zona residencial, ao invés da despovoada Baixa Pombalina. E mesmo com muita chuva, muitos são os que não se fazem rogados e saem à rua para apoiar os atletas que passam.
No meio dos incentivos nota também para alguns piropos, de mau gosto, próprios de gente pouco educada e com nenhuma formação desportiva. Infelizmente, com os governantes bacocos que vamos tendo e com as políticas educativas que implementam, julgo que não melhoraremos neste aspecto nas próximas décadas.

Em suma, duas provas em que gosto de alinhar, sendo que o ambiente criado pelo público na Amadora é algo difícil de igualar em Portugal.

Para a história o registo dos resultados. em Lisboa, 37'08", numa prova que, por lapso meu, apenas saí da zona Sub 50, com milhares de atletas à minha frente. Na Amadora corri em 37'08", ficando a apenas um lugar do cheque do Continente, que premiava o Top 10 do Escalão. Dois bons indicadores relativamente à preparação para Sevilha.

Fotos da Atletismo Magazine Modalidades Amadoras e do Vasco Soares.

3 comentários:

Anónimo disse...

bom dia

230 metros de desnivel na Amadora?
o meu garmin deu 117

cumprimentos e bom ano
hugo manuel

Fernando Carmo disse...

Talvez, com a correcção de elevação activada...

FC

João Correia disse...

Fernando, como é? Andaste a correr ou a passear? Com essa competente análise comparativa, até parece. :))

Companheiro, Bom 2013! Muita saúde.