domingo, 28 de dezembro de 2014

Aspecto da partida
Hoje, se alguma coisa esteve menos bem na S. Silvestre de Lisboa, porventura, só mesmo eu... :-)

Deixem-me falar da prova. A S. Silvestre de Lisboa chegou aos 10.000 atletas. Um número respeitoso. Chegou a esta cifra de forma sustentada e, pelo que hoje me pude aperceber, limando algumas arestas ao longo destes anos.


Se há muito de interessante nesta prova, gostava de salientar três pormenores que hoje me chamaram, particularmente, a atenção:


  • Primeiro, a partida por vagas. Com tanta gente à partida a solução parece-me ser a ideal, tanto no que respeita aos aspectos de segurança como pelo facto de permitir a todos os atletas fazerem a sua prova sem ficarem retidos na multidão que se concentra nos primeiros quilómetros.
  • Depois, o trajecto, que aproveita as artérias mais nobres da Baixa lisboeta, felizmente já com os pavimentos devidamente respostos e devidamente iluminadas.
  • Por fim, as capas plásticas ofertadas no final, com a finalidade de constituirem agasalhos, tão importantes para os atletas nestes dias frios de Inverno.


No que me diz respeito, nada de especial. Resistente e confortável, mas sem capacidade para imprimir mais velocidade do que os 3'47"/Km finais, num registo de 37'58". Nada que me surpreenda nesta fase da preparação. Afinal o grande objectivo está agendado para Junho, ainda que com uma passagem pela Maratona de Sevilha.

Venha a próxima, já na quarta-feira, na Amadora.


Foto São Silvestre de Lisboa

domingo, 7 de dezembro de 2014

Descobrimentos

Havia um ano que não competia numa prova oficial de atletismo. A última havia sido, precisamente, esta corrida, no ano passado, onde na altura corri para 1h20'.

Desta vez alinhei à partida com o intuíto de avaliar o meu momento actual e assim poder definir de forma adequada as zonas de treino, no que à corrida respeita.


A prova acabou por não ter grande história. Tentei encaixar num grupo de forma a poder proteger-me do vento frontal que, ainda que ligeiro, se fazia sentir quando seguíamos na direcção do Parque das Nações. Um grupo com cerca de dez unidades, com ritmo certo e no qual andei sempre resguardado.

No regresso, na zona do Cais do Sodré, perto do Km15 tive uma ligeira quebra, piorando o meu andamento em cerca de 10" a 15" por Km. Perdi o grupo e as coisas ficaram mais difíceis, traduzindo-se no final em cerca de 1' de perda.

Bom teste e bom treino, numa manhã fria, solarenga e com pouco vento, numa das mais nobres zonas de Lisboa.

Foto http://www.egeac.pt


 

sábado, 15 de novembro de 2014

Época 2014 - resumo



Saindo da água no Longo de Lisboa
Desde que abracei esta fantástica modalidade - o triatlo, claro, terá sido esta a época em que menos competi. Foram apenas quatro as provas em que marquei presença.

Porquê? Bem, foram vários os motivos. Por um lado aumentaram os custos associados às deslocações e os custos da inscrição nessas mesmas provas. Alguns dos eventos em que tinha pensado competir - Vila Viçosa e Pedrógão Grande, por exemplo, simplesmente desapareceram do quadro competitivo. E, por fim, porque dei mais ênfase à minha preparação para a longa distância, pelo que troquei o tempo dispendido em competições por horas sobre a bicicleta.

Há já uns anos que inicio a minha época desportiva com a participação numa maratona. O treino que a antecede costuma dar-me uma excelente base aeróbica para enfrentar o resto da época. Contudo, este ano foi diferente. Uma lesão, logo no princípio da preparação, fez-me redireccionar o meu planeamento, apostando mais no ciclismo e assestando o foco no Iberman - a distância Ironman que correria em Junho.



Segmento de corrida em Oeiras
Assim, abri a época, somente, no Triatlo Longo de Lisboa. Um dia ventoso e quente trouxe algumas dificuldades, acrescidas por um gel que rebentou sobre o guiador da bicicleta e que me obrigou a parar, perdendo um tempo precioso em limpezas. A corrida ficou também aquém das minhas expectativas.

A prova seguinte foi na distância Sprint, em Oeiras. Faltavam quinze dias para o Iberman e o objectivo era, simplesmente, testar as sensações no ciclismo. Foram excelentes. Andei muito depressa e corri a seguir de forma tranquila, mas percebi desde logo que o meu desempenho neste segmento já havia conhecido melhores dias. Fiz o meu primeiro pódio da época, sendo o segundo V2.

Chegava então o dia D, o dia do Iberman. Nem de propósito!!! Foi "só" o dia mais quente do ano, com registos de 47ºC em algumas zonas do trajecto de ciclismo. Nestas condições, mais do que tentar andar a um ritmo determinado, o objectivo passava, exclusivamente, em manter-me são. Acabei por fazer um bom ciclismo e superar essa tarefa, mas o muito calor, associado a um deficiente abastecimento por parte da organização, complicaram a corrida final. Mesmo assim, um Top 10 absoluto e segundo classificado do escalão.




Resistindo a mais de 40ºC...
Depois de um curto descanso o foco passou para o Titan, prova na Serra de Cádiz, nas distâncias 4-120-30 Km. Apostei imenso no ciclismo durante as férias. Nadei pouco, devido à temperatura fria da água do mar e corri ainda menos, devido a um toque no tendão de Aquiles. Na madrugada do dia da prova uma tempestade abateu-se sobre Zahara obrigando ao cancelamento do segmento de ciclismo. Acabei por não alinhar à partida, regressando a casa algo frustrado.




Ponta Delgada
Contudo, a sede competitiva levou-me, já em Novembro, a participar em mais um Triatlo Longo - o Campeonato Nacional. Desta feita foi nos Açores, no magnífico complexo das Portas do Mar. Sem treino adequado acabei por fazer uma boa natação e um bom ciclismo, mas a factura estava reservada para o segmento de corrida, que foi sofrível. Deu ainda para chegar ao segundo lugar do pódio, atrás do melhor atleta do escalão em 2014, no que à longa distância respeita: o Paulo Margarido.


Entre nadadores e triatletas do CNCVG...
A minha participação competitiva em 2014 confinou-se ao Triatlo e às águas abertas (Circuíto de Mar do Algarve, Travessia Bessone e Swimchallenge Cascais). Quatro provas, três pódios no escalão, todos na segunda posição. Ao mesmo tempo obtive o 3º lugar do ranking nacional de triatlo longo, entre os atletas do escalão V2.





Os totais foram:

  • Natação 315Km, 142h42' (22%)
  • Ciclismo 7.360Km, 295h00' (45%)
  • Corrida 1.494Km, 148h24' (22%)
  • Outras actividades: 72h46' (11%)

Neste momento a preparação de 2015 já decorre e já estou inscrito em duas provas. 

Desejo apenas que seja um ano feliz, já que este, até ao momento, não me deu muitos motivos de alegria.





segunda-feira, 10 de novembro de 2014

No meio do Atlântico

Pódio V2, com Paulo Margarido e Paulo Canário
S. Miguel, uma das ilhas fantásticas dos Açores, foi o palco para o último triatlo de 2014. Numa época desportiva em que competi muito pouco, e na qual essas poucas vezes foram marcadas por condições atmosféricas algo adversas.

Os Açores são sempre um chamamento. A zona das Portas do Mar, local onde se centro a prova, reúne condições excepcpionais para a nossa modalidade e, do meu ponto de vista, encerra potencial para coisas mais ambiciosas.

No que me diz respeito, sabia que o meu nível de preparação não era o mais adequado, mas tinha uma enorme vontade de competir - afinal era apenas o quarto triatlo da época.


A natação decorreu dentro do porto de Ponta Delgada, com a partida a ser dada junto à muralha do forte de S. Brás. Duas voltas a perfazer cerca de 1800m, numa verdadeira piscina de água salgada. O número reduzido de atletas, cerca de 60, reduziu também a confusão característca das partidas. Fiz a minha melhor natação de sempre nesta distância, com um registo 31'10".

Ao contrário do que previa, o segmento de ciclismo foi particularmente duro. Um percurso de 6 voltas, com quatro retornos apertados, duas subidas, junto ao aeroporto, e dez bandas sonoras, na Av. Infante D. Henrique, que quebravam, e muito, o ritmo. Tudo isto associado a algumas rotundas e curvas a 90º, com um vento que aumentava de intensidade a cada volta. Utilizei a minha bicicleta de contra-relógio, que não montava desde Junho, mas, mesmo assim, consegui o décimo registo do dia, o que me permitiu chegar-me aos meus adversários mais directos.

Chegado à corrida, tinha a perfeita consciência de que a minha preparação estava curta e que iria pagar o esforço do ciclismo. Em momento algum corri confortável e não consegui melhor do que um pace, algo sofrível, de 4'38"/Km.

Ainda que tivesse ido aos Açores perfeitamente descontraído, em competição não queremos nunca deixar de espichar o olho aos nossos adversários mais directos. O desempenho no segmento de ciclismo permitiu-me recuperar algum do tempo perdido na natação. Comecei a correr na segunda posição do escalão, sendo ultrpassado pelo Paulo Margarido - que viria a vencer. Mesmo assim, alcancei o Paulo Canário, recuperando novamente a segunda posição, que manteria até ao final, correspondente ao 17º lugar absoluto.

2014 está encerrado no que ao Triatlo diz respeito. Venha 2015 com o foco na Longa Distância.

Foto do Paulo Lamego



domingo, 12 de outubro de 2014

SkyRoad

Fauna local
Sábado, 11 de Outubro era a data da terceira edição do SkyRoad. Esta prova, que teve a sua primeira edição em 2012, marcou um novo rumo no panorama dos eventos de "ciclismo para todos" em Portugal. A base do evento é a de proporcionar a todos os atletas a experiência de viver as sensações de participar numa grande etapa de montanha, pedalando ao seu próprio ritmo durante toda a extensão do percurso, cronometrando o seu tempo com o recurso a chips electrónicos, enquadrados por uma logística à altura dum grande evento de ciclismo.

E se estes eram os objectivos que presidiram à criação do SkyRoad, posso garantir que foram alcançados. Trata-se de um evento excelente, onde damos por bem empregue cada euro que gastamos na nossa participação. Parabéns aos mentores.

Foi a minha segunda participação em três edições. Este ano tinha o meu foco no Triatlo Titan, pelo que não tinha equacionado participar. Assim, só me inscrevi mesmo no limite do prazo e abordei o evento após duas semanas de completa balda, no que ao treino diz respeito. A minha expectativa era apenas a de cumprir os duros 170Km (c/ 4000m d+) desfrutando ao máximo aquele enquadramento.

Pelas 8h00 iniciava-se a prova, com saída da Lousã em direcção a Góis em permanente sobe e desce. Em Góis, ganhámos um novo companheiro de viagem: o rio Ceira. Foi na sua margem, ora subindo, ora descendo, que andámos mais de 20Km. Deixar o Ceira significou enfrentar a primeira subida longa do dia, em Carvalhal do Sapo (2ª categoria, 8,4Km, 7% de declive médio).

Os quilómetros seguintes foram feitos também em sobe e desce, no alto, passando pela barragem de Santa Luzia, com passagem na curta mas muito empinada subida de Vale Grande, descendo depois para a Pampilhosa da Serra.

A saída da Pampilhosa marcava o troço de maior inclinação de todo o percurso com 18,5%  no seu final, em calçada, mas, chegados ao topo, tínhamos uma estrada muito rápida até ao Rio Unhais. As pernas começavam a dar-me sinais negativos e daí até Castanheira de Pêra passaria um mau bocado.


Faltava uma subida tranquila de 2ª categoria, com 12,7Km a 4%  e a descida final de 18Km até à Lousã. As dores nas pernas eram fortes, pelo que tinha de gerir bem a ascensão final. Alimentei-me, coloquei um passo certo e mesmo sem conseguir andar rápido, lá consegui um ritmo satisfatório. Estava no topo. Faltavam então 18Km para a meta, sempre a descer em estrada sinuosa, onde se anda entre 40/50 Km/h. Uma estrada com o vale, à esquerda, e com o barranco à direita.

Contudo, a descida marcaria o facto mais espectacular do dia. Quando me aproximava de outro ciclista com o intuíto de o ultrapassar oiço um restolhar à minha esquerda e, de repente, surge um veado, de enormes hastes, a correr, cruzando a estrada mesmo à nossa frente. A cerca de 5m de mim, mas a menos de 1m do outro ciclista.

Como não houve incidentes, pode-se dizer que foi um acontecimento único e espectacular que ficará sempre gravado na memórida SkyRoad 3. Mas se tivesse havido impacto... O bicho era bem grande! Se dúvidas houvesse... há veados na Lousã. :-)

A foto foi retirada de um site da Internet.

domingo, 28 de setembro de 2014

Frustração

Vista de Zahara. Na véspera do Titan havia sol no céu.
Ontem devia ter concluído a minha época de triatlo de 2014. Devia porque, a prova que elegi para o fazer, o Triatlon Titan, simplesmente foi cancelada e transformada num Aquatlo.

O Titan é uma prova disputada no coração da Serra de Cádiz, com sede na vila de Zahara, que envolve toda a população. Mesmo não tendo competido percebi o carinho que aquela gente nutre pela sua prova e o que faz para que todos os atletas se sintam em família.

Durante a noite, e fora das previsões meteorológicas para o local, caiu uma tromba de água, a qual arrastou para as estradas da serra lama e pedras, tornando as mesmas inseguras para a prática do ciclismo e para a circulação das viaturas da organização. A isto acrescia o perigo de hipotermia. Andar a 1400m de altitude, vestido de licra, molhado a descer a boa velocidade, iria, seguramente fazer muitos estragos no pelotão. Recordem-se do que aconteceu há dois anos no Triatlo de S. Jacinto, ao nível do mar... Quantos sofreram de hipotermia?

Perante os factos e na defesa da segurança dos atletas, a organização decidiu transformar a prova num aquatlo - natação seguida de corrida, eliminando assim o segmento de ciclismo. As distâncias seriam de 4Km a nadar e 37Km a correr, subindo ao pico da serra - Las Palomas, voltando a descer e subindo de novo para a meta instalada em Zahara.

Confrontado com este novo figurino decidi não alinhar à partida. Durante a minha preparação para o Titan apostei, sobretudo, naquilo em que esta prova é mais exigente: o ciclismo. Sentia-me bem preparado para subir a serra de Cádiz. Já o mesmo não posso dizer no que respeita à natação e à corrida. As águas frias no mar, durante o Verão, afastaram-me da natação durante as férias. Não nadei, aquilo que considerava ser adequado para a minha preparação. Na corrida passou-se o mesmo. Um toque no tendão de Aquiles condicionou-me a preparação. Mas chegava para cumprir a distância da prova. Sabia contudo, que a minha preparação era insuficiente para aguentar o massacre que seria a descida de Las Palomas, sem um possível estrago físico.

E pronto. Foi assim que acabou o meu primeiro Titan Mesmo antes de começar! Para o ano há mais. Veremos se terei então condições e vontade de participar.

Para já está encerrada a paupérrima época de 2014, durante a qual competi apenas em três provas: Triatlo Longo de Lisboa, Triatlo de Oeiras e Iberman.

Estou assim em período de profunda reflexão sobre a minha época de 2015.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Venha o Titan!



Praia da Duquesa invadida por nadadores
Faltam 15 dias para o Titan, o triatlo (4; 120; 30) Km a disputar na serra de Cádiz em Espanha, prova que elegi para encerrar a minha época 2014.

No passado Sábado nadei a milha de Cascais, com um desempenho que superou as minhas expectativas, face ao pouco que havia nadado durante o mês de Agosto (a água do Algarve esteve gelada) e a um toque que tenho num ombro. Nadei 2000m em 34'... Sim... Não é brilhante. Eu sei! Mas para o meu nível não é mau de todo.


Milha concluída e foi fazer a mala para rumar a Oleiros - Training Camp de Oleiros, para no Domingo realizar o último treino forte de ciclismo.

Tinha de ajustar umas contas antigas com este trajecto... O dito incluía sete exigentes subidas, algumas delas em "terra de quase ninguém", onde o silêncio e a tranquilidade nos fascinam. Para além do bem que nos fazem à alma. Juntamente com o Pedro Machado e o Pedro Monteiro, já que os restantes elementos do CNCVG optaram por um trajecto mais Light, enfrentámos 143Km com mais de 3000m d+, percorrendo as estradas imaculadas nos distritos de Castelo Branco, Leiria e Coimbra.



Na terceira ascensão do dia - 2ª categoria | 10Km | 4% 
A primeira das ditas subidas estava logo à saída de Oleiros. A Serra Vermelha, 3ª categoria, com 3,5Km a 6%. Depois da descida rápida para Álvaro, para cruzar o rio Zêzere, tínhamos o troço Álvaro - Alto de Maria Gomes, 2ª categoria, com 5Km a 7%.
Seguia-se nova 2ª categoria, desta vez com 10Km e 4% de declive médio, no troço Caniçal - Piçarra do Asno.




Chegava o momento de desfrutar a descida até Góis, durante 10Km sinuosos, numa belíssima estrada, que fizeram toda a nossa diversão. Mas com isto terminavam as facilidades. Entrávamos no território da Serra do Açôr. Águias e até mesmo um esquilo eram a nossa companhia para as quatro ascensões finais, estas sim bem mais complicadas.

A primeira Folques - Selada da Eiras, em tempos troço do Triatlo de Arganil, uma 2ª categoria, com 6,1Km a 9%. Depois, a duríssima Senhora da Guia, rampa de 2ª categoria, com 4,1Km, com 10% de inclinação média. Esta estrada levava-nos do fundo vale, junto ao rio Ceira, na localidade de Casal Novo até aos 1000m de altitude em Penedo Portelo.


Estávamos no alto e era o momento de desfrutar as descidas rápidas até à barragem de Santa Luzia. E foi isso mesmo que fizemos antes de superar as duas dificuldades finais.
Aspecto da subida entre Casal Novo e Penedo Portelo


Primeiro a subida do Vale Grande. São apenas 1,6 Km, mas é uma 3ª categoria, cujo declive médio é de 12%. Em alguns locais é mesmo bastante inclinado... Muito mesmo!

Depois a mítica subida de Cambas, já depois de levarmos com uma aguaceiro em cima. Com uma extensão de 4,5Km, e declive de 9%, Cambas é uma 2ª categoria, à qual chegámos em condições de a subir promovendo alguma picardia entre nós, chegando mesmo o Pedro Machado a fazer alguns metros em cavalinho! Pasme-se!

As dificuldades estavam superadas e restava-nos rolar durante poucos quilómetros até à vila de Oleiros, de onde havíamos saído poucas horas antes.

Este treinos acabam sempre por ser muito animados, facto a que não será alheia uma nova realidade: o Strava. Para quem não sabe o que é, o Strava é um Portal na Internet, no qual cada atleta pode possuir uma conta. Essa conta regista os dados GPS dos treinos que o atleta realiza, comparando-os entre todos os membros daquela comunidade. No dito Portal existem segmentos, que correspondem a troços de caminho, onde, à medida que lá passam, os atletas vão sendo seriados. Por exemplo, a subida de Cambas...

Isto cria um interesse acrescido nalguns segmentos, uma vez que quando se descarregam os dados do GPS para o Portal,  os mesmos são automaticamente ordenados nos diferentes segmentos, permitindo ver quem foi o mais rápido no local x, ou quem tem o melhor registo absoluto na subida y.

Para mim, saiu um KOM (King of the Mountain), equivalente ao melhor registo de todos os efectuados, obtido na subida da Senhora da Guia... ao sprint com o Pedro Monteiro... :-)

Fotos da Rita Ramos




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sotavento

Durante os últimos 15 dias os concelhos do Sotavento algarvio foram os meus locais de treino. Como a N125 não é, de todo, do meu gosto para treinar, explorei a vasta rede de estradas do barrocal algarvio. O barrocal é uma zona, entre a serra e o litoral, na qual predominam várias elevações de origem calcária que, por norma, não ultrapassam os 400m. Apesar da baixa altitude são íngremes, tornando as estradas num verdadeiro rompe-pernas de declive acentuado.

Fiz nove treinos de ciclismo. Uns mais curtos, outros de regeneração ou intensos, com boas subidas, nas quais pontificou um local que desconhecia, mas que se caracteriza por uma fantástica vista, abarcando a área entre Albufeira e Vila Real de Santo António, com especial ênfase sobre a totalidade da Ria Formosa. É o Cerro de S. Miguel, a 400m de altitude  e onde se chega por uma estrada má, com cerca de 4Km de extensão (há uma alterntiva, mais acessível, pelo lado de Estói).


Nos treinos mais longos, o de maior distância foi aquele que me levou de Tavira até perto do Cachopo, na serra do Caldeirão e a partir daí para os lados de Alcoutim, Odeleite e das barragens de Beliche e Odeleite.

Em plena serra e quase em isolamento total. Foi difícil encontrar cafés para comprar água nas poucas localidades por onde passei. Se o pavimento das estradas estivesse bem cuidado, como na região do Grande Pinhal (Sertã, Oleiros), esta zona podia constituir uma excelente alternativa para treinar. Contudo, alterna estradas boas com verdadeiros pesadelos, sendo que, muitas vezes, está em melhor condição uma estrada municipal do que uma nacional.

Apesar do meu foco ser o Titan - o triatlo de longa distância que se disputará daqui por um mês na zona de Cádiz - Espanha, treinei essencialmente ciclismo. Por um lado tenho um pequeno toque num pé que pretendo que melhore rapidamente e, por outro, a água do mar esteve muito fria. Quatro provas de mar e uns treinos muito curtos na praia, apenas para num perder a já pouca sensibilidade que tenho para estas coisas da natação.

Em suma... dei uma biqueirada no planeamento, pelo que o Titan será, sobretudo, para desfrutar do ambiente e cumprir a prova, sem qualquer espécie de veleidade.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Fim-de-semana na Sertã

Rio Zêzere
Dois dias na Sertã, um dos meus locais de eleição para pedalar. Desenhei dois trajectos com muitas e boas subidas, como preparação para o Titan Triatlon que se avizinha. Como o mau tempo me persegue foram mais dois dias com chuva... Quem diria... Chuva em Agosto no Pinhal Central!





Dia 1
Reservei para este dia a ligação Sertã-Oleiros, pela serra, via Várzea dos Cavaleiros. Uma subida com troços iniciais acima de 15%, que nos leva um pouco acima dos 800m, durante 13,2 Km recheados de belas vistas. Depois de alcançar Oleiros, planeava fazer outra subida emblemática, desde aquela vila até Vale de Cavalo.

Até ao alto tudo corria bem, não obstante o vento, a chuva e o nevoeiro. Contudo, durante a descida, os restos de vegetação, provenientes da limpeza das bermas, e ainda espalhados na estrada provocaram-me um furo.

Um dos furos que, até hoje, mais trabalho me deu a reparar. A câmara de ar nova que transportava comigo estava furada, o que me levou a ter desmontar e montar tudo outra vez, depois de remendar a câmara inicial com um daqueles remendos autocolantes de cuja eficácia, até à data, duvidava. Está mais do que aprovado!  Depois mais uma luta, desta feita para colocar a bomba de CO2 a funcionar. Após 45' parado decidi encurtar o trajecto e regressar pela nova, e imaculada, estrada que liga Oleiros à Sertã, novamente debaixo de chuva.

Dia 2

A ideia era rumar a Figueiró dos Vinhos e explorar a zona de Ribeira de Alge e Foz de Alge. Como há muito não acontecia, mal saí da vila da Sertã começou a chover outra vez. Como há triatletas por todo o lado, cruzei-me com o Rui Sousa e outro companheiro do Sporting da Golegã. Inverti a marcha e juntei-me a eles. Refiz mentalmente o meu plano de percurso, optando então por rumar a Vila de Rei e Ferreira do Zêzere onde o céu parecia menos escuro. O trajecto é bem ondulado, com subidas compridas, excelentes para efectuar em ritmo de competição. Em Ferreira do Zêzere a chuva parou, a estrada secou e assim pude desfrutar da magnífica descida para Vale Serrão a boa velocidade.

Em suma, dois excelentes dias de treino pese embora a chuva. A fantástica rede de estradas, a excelente hospitalidade, a beleza natural e o sabor dos produtos da terra, convida a voltar mais vezes e a desenhar novos trajectos. Fica o desafio.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Estrela, a velha Estrela!

Ao fundo, muito ao fundo, Unhais da Serra
Ontem foi dia de regressar à Estrela. Um dia depois de um dos melhores eventos velocipédicos amadores que se organiza em Portugal - o Skyroad. Um dia que, por aquelas bandas, pouco se assemelhava ao dia de Verão que devia ser.

Na véspera, o Skyroad havia sido neutralizado, com os participantes a serem impedidos de subir à Torre face às difíceis condições atmosféricas que ali se verificavam. Ontem, apesar de uma meteorologia mais favorável, tivémos, ainda assim, que adaptar o nosso trajecto e experienciámos amplitudes térmicas na casa dos 20ºC.


Saímos da Covilhã com destino a S. Romão. Seriam cerca de 75Km de falso plano antes de abordarmos a subida à Torre pela mítica Sra. do Desterro. Saímos da Covilhã com bom tempo mas, à medida que nos deslocávamos, o céu fechava, a chuva aparecia, a temperatura descia e o nevoeiro pairava. Ao fim de 40Km parámos num café, em Pedras Lavradas e decidimos que, estando menos bem equipados para aquelas condições, não seria sensato continuar.


Resolvemos então voltar para trás e tentar a ascensão à Torre por Unhais da Serra. Era uma estrada que eu conhecia de há 20 anos atrás, quando então era um simples estradão de terra batida. O traçado manteve-se, e é agora uma estrada de largura generosa, mas de péssimo piso. É imensamente rugosa o que dificulta bastante a progressão, especialmente quando as inclinações se atiram para os 16%! E para ser mítica mesmo, ao belo estilo do Giro de Itália, pelo meio havia um troço de 1,5Km em terra batida... :-)

Superadas as dificuldades apanhámos a nacional na Nave de Santo António e daí subimos à Torre para degustar uma sandocha de presunto.

De regresso, seguimos a estrada que desce o vale glaciar do Zêzere. Já tinha algumas saudades de ali passar, sempre a boa velocidade, com algum cuidado devido ao piso menos cuidado. Passámos Manteigas e continuámos a descer até à localidade de Vale de Amoreira, onde cruzámos o Zêzere na direcção de Verdelhos. A partir daí apenas mais uma encosta para vencer e depois, novamente a boa velocidade para Teixoso, Vila do Carvalho e Covilhã.

A alteração que nos vimos na obrigação de introduzir retirou cerca de 20Km àquilo que inicialmente prevíamos. Pedalámos 143Km, em pouco menos de 6h00 e vencemos perto de 2700m d+. As sensações não foram tão boas quanto o que eu podia esperar e fiquei muito satisfeito por ter optado por montar uma cassete 12-27, em vez da minha habitual 11-23. Até teria subido, mas seguramente, ontem, teria sofrido horrores.

A foto é minha e mostra a garganta de Unhais da Serra.




terça-feira, 24 de junho de 2014

Estatísticas e fotos do Iberman



O troféu de 2º classificado no grupo de idade
Para os interessados nas coisas das estatísticas, aqui ficam alguns dados sobre o meu Iberman 2014 - o segundo, e o treino que realizei até lá. Menos volume do que no ano anterior, pois não tive tanta disponibilidade, mas mais experiência e conhecimento sobre a distância.



Equipamento


Cumpridos 3,8Km a nadar
Fato Sailfish, equipamento ZeroD, sapatilhas Zoot TT 7.0, bicicleta Specialized Transition Pro, com andamentos 54x39 e 11x23.



Em prova



Em direcção a Mértola. O calor ainda não estava no auge
Tempo final: 11h22'44", 10º classificado, 2º do grupo de idade [45-49], dentro dos primeiros 6% de todos os atletas chegados.
Natação: 1h11'24", 37º registo do dia, dentro dos primeiros 42% do pelotão.
Ciclismo: 5h55'17", 7º registo do dia, dentro dos primeiros 7% do pelotão.
Corrida: 4h07'13", 16º registo do dia, dentro dos primeiros 17% do pelotão.
T1: 4'56"; 40º registo do dia, dentro dos 45% mais rápidos.
T2: 3'54"; 25º registo do dia, dentro do primeiro terço mais rápido.


No segmento de corrida de 42,2 Km
Na natação demorei mais 11' do que o mais rápido, no ciclismo mais 31' e na corrida mais 53'. Fiquei a 40' do vencedor do meu escalão, atleta que ultrapassei no segmento de ciclismo, mas que me voltou a apanhar e deixar para trás no início da corrida.


Com os meus colegas do CNCVG
Nelson Fernandes e António Rodrigues
Consumi 1.186C, na natação, 3.987C no ciclismo e 2.118C na corrida. Ingeri 6 pacotes de gel Powerbar, 2 barras Zip Vit, 4 pastilhas energéticas Nutrend, 12 pastilhas de sais Nutrend a par de comprimidos com electrólitos. Água terão sido 20l e ainda diversos copos de Coca-Cola, mesmo apesar de ter sido disponibilizada quente(!!!).


No treino

Início da preparação: 06 de Janeiro,  6.735 Km, 250h20',
Natação: 162 Km, 72h20';
Ciclismo: 3.214 Km, 115h00';
Corrida: 734 Km, 63h00'.


Palavras especiais


226Km e 11h depois...
Para o Paulo Conde que, não tendo sido, desta vez, o responsável pelo meu planeamento, foi, sem dúvida, o mentor e o grande conselheiro. Obrigado.

Para o Edgar Andrade, treinador de natação que consegue que "âncoras" se desloquem durante 4 Km, sem afundar e com capacidade para pedalar e correr a seguir. Mais do que um agradecimento, caberá um pedido de desculpas, pelos cabelos que lhe deixamos em pé... :-)

Para os meus colegas de equipa que, durante todo o tempo, me acompanharam nas saídas de ciclismo ou partilharam comigo o cloro da piscina, aligeirando, através da sua presença e amizade, a dureza do treino.

À Rita Ramos e ao João Serôdio pelo apoio incondicional antes, durante e após a prova. 


Finalmente, uma bebida fresca. À Vossa!
À Federação de Triatlo de Portugal por não ter conseguido fornecer mais do que bebidas quentes nos abastecimentos de corrida, num dia em que as temperaturas passaram além dos 40º C. Conseguiram tornar muito mais difícil o que já de si é bastante difícil, não falando do comprometimento da saúde dos atletas. Mas, também assim, conseguiram que eu me superasse para além daquilo que julgava ser possível. Obrigado! :-)








Fotos do João Serôdio

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Travessia Bessone

Para limpar o corpo do Iberman, no Sábado fui fazer a Travessia Bessone. Foram 2,5Km a nadar entre Paço d'Arcos e a Marina de Oeiras.


Nadei com fato isotérmico. O mar estava com bastantes e grandes ondas, pouco confortável para nadar. As ondas elevam-nos, o que, por vezes, provoca com que demos as braçadas em falso. É desconfortável e quebra o ritmo do nado.


Após a chegada, com o Manuel Gonçalves

Felizmente a corrente era favorável ao sentido de deslocação o que me permitiu cobrir a distância em 34'. Impensável sem essa ajuda.

Foto da Rita Ramos

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Inferno!

Inferno porquê? Inferno é um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação.  Ora, para mim, a II edição do Iberman foi de facto um local de grande sofrimento, com o Inferno instalado na zona entre Mértola e a localidade espanhola de Granado, onde, à sombra, estavam mais de 40º C. Digamos que, não serão, de todo, as condições desejáveis para competir numa prova já de si muito exigente, como é um Ironman.

A partida foi dada pelas 7h00 da manhã em Monte Gordo. Gastei 1h11' para cumprir os 3,800 Km de natação, sempre um nadinha ampliados pelo facto de, em águas abertas, ser complicado manter uma linha recta.

Comecei então a pedalar perto das 8h15, ainda sob uma temperatura agradável. Aguardavam-me 180Km - mal medidos por defeito, com um desnível positivo acumulado de cerca de 2000 m. O trajecto rumava a norte, infletindo em Mértola na direcção de Espanha, território no qual entrava pouco depois, cruzando o rio Guadiana no Pomarão. A partir daí, rumo a sul, para Ayamonte, onde deixaria a bicicleta e iniciaria a corrida de 42Km.


O calor era muito e assim, a estratégia de prova passava por alguma contenção neste segmento. De qualquer modo, andei bem neste segmento - 7º tempo absoluto, bebendo água lisa, água com sais, barras, géis e electrólitos. Despejei vários bidões sobre mim e dentro do capacete. Perto do Km 110 pensei seriamente em parar por ali. Estava a arder. O calor era tanto, tanto, que os pés latejavam e pareciam assentes sobre brasas.

Contudo, algo agradável me esperava naquela localidade: bebidas FRESCAS! Repus todos os meus bidões, bebi, molhei-me, refresquei-me. Fiquei como novo e com ânimo novo, para ir em busca dos adversários que então me antecediam.

Ao fim de cerca de 5h55 sobre a Specialized Transition e o sétimo registo do dia, era tempo de calçar as sapatilhas e enfrentar a Maratona. Iniciei o segmento de forma muito cautelosa para avaliar o meu estado. Até nem estava nada mau e lá segui. Ia ganhando tempo para quem me precedia e havia sido apenas ultrapassado por um atleta mais rápido - infelizmente era do meu escalão!

Dupliquei a capacidade de transporte de líquidos face a 2013
 O gel que tinha reservado para este segmento fervia, eu fervia, a água fervia. O calor era sufocante mas, felizmente, não tanto como mais acima, em Mértola, havia um par de horas. Foi aqui que, na minha opinião se verificaram as maiores fragilidades da organização. Os abastecimentos estavam pobres em quantidade e, sobretudo, em qualidade. Não é admissível racionar abastecimentos nestas condições a duas garrafas por atleta, em cada um dos postos de abastecimento. Não é admissível servir Coca Cola quente, como se de chá se tratasse, ter pouca fruta e apenas umas quantas barras que ninguém já consegue ingerir. Em suma, não gostei e achei que, neste particular, a prova esteve muito aquém da edição de 2013.

Carmo, o Homem Pyrex :-)

Voltando à minha corrida, depois de uma ligação de 12Km, entre Ayamonte e Huelva chegávamos a um circuito de ida e volta, com 10 Km, que percorríamos por três vezes. Bom para o público, maçador para os atletas. Na segunda volta, portanto quando seguia com cerca de 22 Km já percorridos, senti-me bem e acelerei um pouco. Infelizmente, não consegui manter aquele ritmo nos últimos 10Km pois o desgaste era já muito grande e a parte muscular ameaçava querer deixar de colaborar a qualquer momento. Corri em 4h07.

Terminei no Top 10, numa prova cuja startlist não era assim tão forte, e alcancei a segunda posição no meu Escalão [45-49], com um registo final de 11h22'44". Demorei mais uns minutos que na edição do ano anterior, apesar de serem provas incomparáveis, tanto pelos percursos, que foram distintos, como pelas condições atmosféricas que, aqui, estavam impróprias para a longa distância.

Pude constatar também que deve ser feito de uma espécie de Pyrex... posso ir ao forno... :-)  mas, aprendi também que, muito dificilmente, voltarei a competir neste tipo de condições atmosféricas. Agora, tempo de recuperar e começar a preparar o segundo objectivo da época o Titan.

Fotos do João Serôdio. Em breve as estatísticas

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Pronto!

Vigésima sétima edição do Triatlo de Oeiras. Foi ontem. Já perdi a conta às vezes em que competi nesta prova. Perto de casa, num cenário muito bonito, com muitos atletas e muito público. A primeira vez que aqui competi, fi-lo com a minha mulher sob a forma de estafeta. Ela nadou, sem fato, na água então gelada. Eu fiz o resto. Mesmo azul, devido ao frio - eu nunca a havia visto azul antes :-), foi das primeiras a sair da água e facilitou-me a vida para os restantes segmentos. Acabámos por ganhar um cheque-oferta para uma loja de ciclismo - a Bicimanipalo. Foi um bocado injusto para ela... :-)

Antes da partida...

Esta é uma prova de que gosto, não obstante a considerar propícia a bons nadadores. O percurso de ciclismo não tem qualquer tipo de selectividade pelo que, quem nada bem, apenas terá de se aguentar nos grupos que se vão formando no ciclismo, chegando assim ao segmento final, o de corrida, com uma vantagem bastante considerável.

Com o João Serôdio no início do segmento de corrida
A seis dias do meu primeiro grande objectivo de 2014 - o Iberman, o Triatlo de Oeiras surgia como uma situação de treino em ambiente competitivo. Nadar o melhor possível, fazer o ciclismo a fundo e ver como as pernas reagiam na corrida, foram os objectivos traçados.

O mar apresentava algumas dificuldades, pois estava um pouco agitado e com alguma corrente. Associado a isto, apanhei muito tráfego na partida e por muito que quisesse progredir apanhava sempre alguém atravessado à minha frente. Até à primeira bóia não foi fácil.

À saída da água soube que o meu colega de equipa João Serôdio estava poucos segundos à minha frente e acelerei o passo para o apanhar na transição. Algo que consegui e que nos permitiu iniciar o segmento de ciclismo juntos. Apesar de pretender fazer todas as despesas do segmento, seria bom poder contar com alguém para passar na frente de vez em quando, para que o ritmo não caísse. E assim foi. Andámos bem, muito bem mesmo, e fomos apanhando vários grupos e engrossando o pelotão.


Segundo V2 em Oeiras
Na corrida final as pernas estavam frescas. Eu não estava particularmente rápido, o que é natural atendendo ao tipo de treino que fiz e ao objectivo que me espera, mas senti-me particularmente consistente. Assim sendo, comecei a espreitar para a minha concorrência directa no escalão V2 e pude constatar que apenas seguia um atleta à minha frente - o António Calafate. Nesta distância - Sprint, ele é inalcançável para mim, portanto, restava-me manter o meu ritmo sem grandes sobressaltos.

No final um 61º lugar absoluto, 2º no escalão V2, com um registo de 01:07:37. Destaque para o bom segmento de ciclismo e para a consistência na corrida. O Iberman está a chegar e eu gostei das minhas sensações. Mas no Sábado tudo será diferente. Mais do que se ser rápido interessará ser muito consistente, e aguentar as mais de 10h consecutivas de esforço físico, gerindo de forma irrepreensível os processos de hidratação e de alimentação. Depois controlar as emoções para gerir os momentos menos bons que surgem sempre neste tipo de prova. Enfim é uma vida! :-)

Fotos de Carlos Maia e Rita Ramos

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Nas margens do Zêzere

A cerca de 15 dias do primeiro grande objectivo da época - o Iberman, foi tempo de mais um treino de ciclismo numa das minhas zonas de eleição: o Pinhal Central.


Com o Pedro Monteiro à chegada a Pedrógão Grande
Uma vez mais, a vila de Oleiros foi eleita como centro operacional. Custos reduzidos e uma qualidade inigualável fazem com que continue a apostar, frequentemente, neste destino. As estradas, não me canso de sublinhar, são imaculadas e com um tráfego muito reduzido. Isto, tanto nos caminhos municipais, como nas vias de classificação nacional, o que permite pedalar de forma mais descontraída.


O Zêzere perto de Ademoço
A parte inicial do nosso trajecto decorreu nas estradas que serpenteiam entre as margens mais escarpadas do Zêzere, passando pelas localidades de Cambas, Ademoço, Janeiro de Baixo, Janeiro de Cima, Porto de Vacas. Paisagens arrebatadoras. Nesta aldeia iniciava-se a primeira grande subida do dia, até Portela de Unhais junto à barragem de Santa Luzia.


A partir daqui , uma estrada, ondulada, mas muito rápida até Pedrógão Grande e pouco depois Sertã. Era aqui que voltávamos a enfrentar a serra. A Serra de Alvéolos e o Cabeço Raínho, numa subida de 2ª categoria, que nos levava até uma bateria de aerogeradores, perto dos 1000m de altitude. Estava alcançado o planalto, e ficavam a faltar cerca de 15Km até ao destino final, com alguns topos de permeio, a consumir o resto das energias que ainda existiam.

Antes desta subida uma paragem num café em Portela de Bezerrins, para comprar água e uma breve troca de palavras com os locais. Coisas do género: "- Você tem isso muito bem pensado - observando os meus bidões. - Um para aguardente, outro para vinho!" "- Ides para Oleiros? Pela Serra? Livra... Antes vós do que eu!" "Se eu andasse assim de bicicleta, também perdia esta barriga toda!"... :-)


Perfil altimétrico da última dificuldade do dia
Depois deste último treino longo de ciclismo, será tempo de descansar e aguardar que a sobrecompensação faça o seu efeito. No dia 14 de Junho, a distância Ironman espera-me uma vez mais, no Iberman, e então será altura de verificar se o trabalho de casa foi, ou não, bem feito.

Fotos minha e da Rita Ramos

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Tri Challenge

Em que outra modalidade desportiva seria possível juntar atletas de várias zonas geográficas do país, de clubes diferentes, com prestações desportivas distintas, para, em conjunto, fazer um treino de 5 horas? Pois... possivelmente em muito poucas que não o triatlo.



O Tri Challenge foi isso mesmo. Um treino para atletas de Longa Distância, organizado pelo atleta Pedro Quintela e realizado em Pinheiro Grande - Chamusca. Trajectos e distâncias definidas, mas cada um adaptava a coisa ao seu andamento e àquilo que pretendia fazer. Atletas internacionais, antigos campeões nacionais, rookies, veteranos compulsivos... havia de tudo, com um denominador comum: triatlo! 

Apesar de solarenga, a manhã estava algo fria e ventosa. Entrar no Tejo para nadar não era o que mais apetecia. Mas, após meia dúzia de braçadas a coisa aqueceu e cumpriu-se a distância na ida e volta à margem oposta, feita por duas vezes. Eu fiz cerca de 1500m.


Percurso de corrida

Depois a transição mais calma do mundo. Deu para vestir roupa seca e saltar para cima da bicicleta - no caso a Specialized Transition de contra-relógio, para percorrer cerca de oitenta e poucos quilómetros, num trajecto entre Pinheiro Grande e Constância, em estrada bem rolante, na qual se chegou a rolar a 50Km/h.

Por fim corrida na margem do Tejo, em terreno misto de alcatrão e terra. Eram 7 voltas de 3Km, tendo eu optado por cumprir apenas 5 delas, em ritmo tranquilo, à conversa com o Rui Sousa, que me empolgava com a sua descrição do Titan, a prova em que competirei no próximo mês de Setembro. Dizia ele: - Se só pudesse escolher uma prova por ano para fazer, seria o Titan! Está tudo dito e as minhas expectativas ficaram em alta!

Para terminar, um banho, no rio pois claro, e um belo almoço ribatejano, com sopa, carne grelhada e um arroz doce perfeito, para aquilo que é o meu conceito daquela sobremesa.

Para a semana será a última "sova" antes do Iberman. Oleiros será, uma vez mais, o cenário escolhido.


O filme é do Pedro Ribeiro Gomes a foto da Rita Ramos

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Tomar café em Valada


À saída de Valada
Na aproximação à minha participação no Iberman 2014 - faltam 4 semanas, os treinos longo de ciclismo vão continuando e os destinos escolhidos vão variando. Isto para não me saturar das habituais zonas de treino, passando pelas mesmas estradas, e olhando as mesmas paisagens.



Há já algum tempo que pretendia explorar a zona da lezíria ribatejana, a zona que tantas vezes o Tejo alaga e enriquece. Assim, tracei um percurso com cerca de 160Km, cujos quilómetros iniciais se estendiam pela margem norte do Tejo até Valada. Foi precisamente nesta localidade que efectuámos uma breve paragem para beber um café, junto ao Tejo, o qual haveríamos de cruzar, poucos quilómetros à frente, pela soberba ponte Rainha D. Amélia.

Ponte Rainha D. Amélia
Esta obra de engenharia, foi inaugurada em 1904 pelo Rei D. Carlos. Inicialmente destinava-se à circulação ferroviária, tendo sido posteriormente convertida numa ponte para circulação rodoviária. Com quase 1Km de extensão, tem apenas uma via. Felizmente, nas laterais possui, de um lado, uma via pedonal, do outro, uma ciclovia.




Já na margem sul do Tejo, em estradas completamente planas, foi tempo de colocar toda a força nos pedais para alcançar médias simpáticas. A partir de Vila Franca de Xira aumentou o trânsito e o ritmo, necessariamente, teve de diminuir.

Para o fim, ficou a sempre desafiante subida de Loures para Albogas, mais complicada de fazer quando a abordamos já com 150Km nas pernas.

Parte da equipa do CNCVG
Foi mais um excelente treino de ciclismo, feito na companhia de alguns dos meus colegas de equipa do CNCVG, que conseguem sempre transformar estas ocasiões em excelentes momentos. Obrigado.





Fotos do Ricardo Silva, perto de Valada e de Manuel António Cruz em Olhares.com

domingo, 4 de maio de 2014

Mais ou menos...

No retorno do Parque das Nações numa das quatro voltas de ciclismo
Ontem fiz o meu primeiro triatlo da época de 2014. E logo para abrir um longo, o half ironman de Lisboa. As condições de competição foram particularmente adversas, devido ao vento forte e ao calor. A isto juntei um incidente com um gel, que adiante contarei, e que também não ajudou em nada o meu desempenho.

O Parque das Nações é uma zona ímpar para este tipo de eventos. Um enquadramento fantástico, centenas e atletas, público, sol. Tudo conjugado para uma grande jornada.

Natação ao meu nível. Nadei para cerca de 34' os 1900m do percurso. Alguma perda de tempo para conseguir sair da água, por aquela rampa estreita. Paciência... Se fosse mais rápido na água teria lá menos gente à minha frente. Não te queixes e vai pedalar. :-)

O ciclismo estava complicado. Na direcção de Santa Iria da Azóia era difícil pôr a máquina a rolar a mais de 30/32 Km/h. Já no sentido, inverso a coisa subia para os 48/50 Km/h. Na descida do IC2, o pânico... A roda dianteira, de perfil alto - 82mm, e o vento não jogam bem e a bicicleta ficava muito instável, pelo que, apenas na primeira descida me posicionei sobre os extensores.

Aproveitava a zona após o retorno do Parque das Nações para me alimentar e, foi ali, no início da segunda volta que fiz asneira. Ao retirar a fita que prendia um dos géis ao guiador rebentei o invólucro. Conclusão: era gel derramado por todo o guiador, com especial incidência sobre o apoio dos braços. Tive mesmo que parar e usar a água do bidão para a limpeza. Perdi tempo, perdi um gel, perdi água e ficou tudo pegajoso. Qualquer coisa que eu agarrasse ficava-me colada às mãos. Terei perdido uns 2' com a asneira e comprometi o meu plano de hidratação/nutrição.

Concluído o segmento em menos de 2h30' - média próxima dos 37 Km/, era altura de começar a correr. Comecei a 3'50"/Km. Nada mau. Mas aí surgia mais uma contrariedade: o primeiro abastecimento não tinha água!!! Apenas Coca-cola e géis. Quem é que ingere um gel a correr sem beber água, ainda para mais num dia em que o termómetro rondava os 30ºC? Pois. Ninguém. Água mesmo, só perto do Km 2,5 e aí, até estava fresca. Felizmente!

Mas o desempenho já estava comprometido e o ritmo começou a cair. Estava acabado. Portanto, pouco mais me restava do que manter o modo poupança até final. Na última volta lá consegui voltar a acelerar um pouco, para terminar na 73ª posição da geral entre cerca de 580 atletas. O registo de 4:36:29 deu 7º lugar no grupo de idade [45-49].

Tinha como objectivos nadar ao nível, pedalar a fundo e correr o possível. Cumpri-os, mas o possível da corrida foi pouco para mim e eu e o vento não somos particulares amigos. Ainda que numa prova queiramos fazer sempre o melhor possível, o Longo de Lisboa não era um objectivo e as minhas recentes sensações diziam-me não estar no melhor dos momentos. Mesmo assim, a corrida desiludiu-me um pouco.

Natação (1900m): 35'22"
T1: 1'25"
Ciclismo (90 Km): 2h29'09"
T2: 2'05"
Corrida (21,1Km): 1h28'28"
Final:  4h36:29

No que respeita à prova, é uma prova de que gosto particularmente e cuja Organização é sempre envolvida e preocupada com o bem estar dos atletas. Gostei dos muitos voluntários presentes, da feira do triatlo, da água fresca nos abastecimentos. Não gostei do parque de transição não alcatifado, do posicionamento dos abastecimentos na corrida e do check-in demorado.

Mau o timming de saída dos resultados... na manhã do dia seguinte!!! Mas isso será responsabilidade da Federação... Deve ser inadaptação àquele sistema de cronometragem novo que OS ATLETAS PAGARAM.

Agora seis semanas para me por em condições de enfrentar o Iberman. Vamos ver.

A foto é da Rita Ramos

terça-feira, 15 de abril de 2014

O Jogo do Empeno

Os manguitos para enfrentar o frio matinal do interior centro
Após cinco estágios de ciclismo já realizados em Oleiros nos últimos dois anos, diz-nos a tradição que, nunca, todos os que partem conseguem chegar ao fim. A extensão do treino aliado ao desnível acumulado têm criado dificuldades acrescidas. A isto se chama o "Jogo do Empeno". Quem será o falecido resgatado desta edição?


Desta vez, traçámos o percurso à descoberta. Nunca antes havia passado em 80% das estradas que utilizámos. Optámos, essencialmente por estradas municipais que unem pequenas aldeias espalhadas pelas serranias do pinhal central. Tal não impede que nos deparemos com vias de piso imaculado, mas faz também com que o traçado serpenteie ao belo prazer da orografia dos montes, transformando assim os quilómetros numa autêntica montanha-russa, algo a que na gíria velocipédica se denomina de rompe-pernas.

Isto era a parte fácil, porque, na difícil tínhamos quatro rampas, que configuravam contagens de montanha de 2ª categoria, num percurso com cerca de 160Km e 4040m de desnível positivo acumulado.

Deixo-vos a ilustração dessas mesmas subidas:

De Oleiros para Isna, logo para aquecer, são 6,3 Km, que nunca passam dos 10% de inclinação.








Depois, a subida do Açor, com saída perto da aldeia de Enxabarda e uma ascensão de 5,4Km. Aqui comecei a sentir os primeiros estragos.


Cruzado o rio Zêzere, seguindo na direcção da barragem de Santa Luzia, com Dornelas do Zêzere para trás, foram 7,4Km de ascensão e uma grandiosa paisagem. Já foste...


Por fim, a subida de Cambas, onde já cheguei muito desgastado. Acabei por recorrer a uma boleia de 1,6Km até ao alto. As pernas estavam vazias e qualquer alteração de desnível me causava dificuldade de progressão. Cambas, com 4,5Km de extensão e alguns troços íngremes, não era o melhor dos locais para chegar assim.


Ultrapassada a última dificuldade, foi tempo de descer até Oleiros e recuperar para voltar a casa. Antes do Iberman conto tornar lá, para mais uns quilómetros, por estradas pouco movimentadas, de piso excelente, paisagens fantásticas e nunca, mas nunca, planas.

Foto da Rita Ramos