segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Acção na Marginal

A Corrida do Tejo é uma das minhas provas preferidas. Por nada de especial. Tão só pelo cenário, magnífico, da Marginal, e pela boa organização que lhe é habitual.

Assim, ontem lá marquei presença em mais uma edição. Desta vez, depois de dois fins-de-semana contínuos de grande exigência física - Triatlo de Lisboa e SkyRoad Grand Fondo, pelo que fui completamente despreocupado, sem relógios e sem objectivos desportivos.

Depois da partida procurei um ritmo confortável e um grupo onde me pudesse encaixar. Ao longe vi o Miguel Fragoso, uma das minhas referências no Triatlo - se bem que ele seja uma fasquia elevadíssima, e acabei por o apanhar.

Bem encaixado no grupo, ritmo aparentemente confortável, via os quilómetros a passar rapidamente. Contudo, à passagem do Km 7, coincidente com a subida junto à Escola Náutica, as sensações alteravam-se. O ritmo quebrava um pouco e perdia uns metros para o grupo. A última subida, desde Stº Amaro de Oeiras, veio a agravar um pouco mais as coisas e a fadiga sobreveio.

Mesmo assim, passagem na meta com o tempo de 37'09", com um ritmo de 3'43"/Km, que deu a 97ª posição final. Acaba por ser o meu segundo melhor registo de sempre nesta prova, só superado pelos 36'40" obtidos em 2008. A juntar a isso, fui o melhor dos "Carmo" em prova - cerca de 30... Ou seja... o melhor da rua!!! lol

A prova marcou ainda o regresso da Helena a estas lides, depois de mais de um ano a debelar uma bursite. Como saiu da cauda do numeroso pelotão, viu-se e desejou-se até conseguir, efectivamente, correr no seu ritmo.

A foto é do Vitor Bastos e foi sacada na Cruz-Quebrada.

domingo, 14 de outubro de 2012

Estradas do céu - SkyRoad

Desfrutando o sol da Lousã...
Uma organização com o dedo do António Queirós tem, desde logo, uma garantia: estar um passo à frente da excelência. Creio que todos, entre as centenas de participantes no evento, sairam da Lousã com a mesma certeza.

O SKY ROAD Aldeias do Xisto (SRAX) é um evento de bicicleta de estrada, vocacionado para todos os praticantes de ciclismo e cicloturismo. É uma prova de resistência, dada a sua distância (aproximadamente 150 km) e o seu desnível acumulado (aproximadamente 3.500m), simulando uma etapa de montanha de uma qualquer grande volta ciclista (Tour de France, Vuelta a España ou Volta a Portugal).

Eram 08h00 quando foi dada a partida para o Sky Road. Depois de uns quilómetros, com velocidade controlada, pelas ruas da Lousã, passámos então a andamento livre. Esperáva-nos a primeira subida do dia, com cerca de 20Km, até aos 990m de altitude, segundo os dados do meu GPS.

Nunca me senti verdadeiramente confortável. As pernas estavam rijas e doridas, mostrando que ainda não estavam totalmente recuperadas do Triatlo Olímpico realizado seis dias antes. De qualquer forma, forcei para me manter num grupo com andamento simpático e onde seguiam as duas primeiras senhoras da competição feminina.

No topo, o vento, o frio e o nevoeiro marcavam presença. No alto das montanhas, mesmo em dias solarengos, as coisas são forçosamente diferentes. Ontem, uma vez mais, pode constatar-se isso.

Por lá andámos durante vários quilómetros até descermos, vertiginosamente, para a barragem de Santa Luzia. Vertiginosamente mesmo, com o ciclómetro a marcar 80Km/h... Geralmente, quando se desce desta maneira, sobe-se de forma idêntica. Assim, na encosta oposta uma subida ao mesmo nível. As minhas sensações a subir continuavam más e descolei do grupo. A relação 39*27, que montei propositadamente para este evento, parecia curta para tamanha inclinação.

Acabei por ter de ir atrás do prejuízo e forcei o andamento na aproximação à Pampilhosa da Serra para voltar a colar. Nesta localidade, o mesmo filme. Nova rampa insana, desta vez com um salpico de maldade, pois era em empedrado. E uma vez mais, lá tive de ir em perseguição do grupo, que voltei a integrar poucos quilómetros depois.

Nessa altura estabeleci como objectivo pessoal manter-me com eles até Castanheira de Pêra,  localidade que marcava o início da última subida do dia.

Aí estava ela. Treze quilómetros, com pouco desnível, preciosamente marcados, um a um. Não encerrava grandes dificuldades, mas a minha condição não era a melhor. Meti o ritmo constante e possível serra acima, associando a cada número do quilómetro marcado nas placas a ideia de um acontecimento, uma data ou uma pessoa. Enfim, um jogo mental para aligeirar as dificuldades.

Finalmente, o topo. Numa das placas sinalizadoras, a imagem de uma marreta partida. Belo simbolismo. Se não levámos com ela na subida, então tínhamo-la destruído. Faltavam apenas 20Km para a Lousã, sempre, sempre a descer.

Mas a descida trazia mais dificuldades. Por estranho que pareça, mais ainda do que a subida que acabava de transpor. Estava com frio e muscularmente dorido, pelo que não conseguia adoptar a posição ideal para descer. Optei assim por descer mais devagar e fui mesmo obrigado a uma paragem para me esticar um pouco.

A descida mostrava também os cuidados extremos colocados pela organização na construção do evento. Todas as curvas que envolvessem qualquer risco (mais fechadas, com areia no piso ou com irregularidades)  estavam devida e previamente assinaladas.

Pouco depois chegava à Lousã, após 5h34' a pedalar, com média de 28Km/h, com a memória recheada de boas vistas e bons momentos. Pena as pernas não estarem em condições para desfrutar, devidamente, dos últimos 35Km.

A foto, da Ana Serôdio, ilustra o guerreiro no seu descanso, aguardando pela restante armada do CNCVG presente no evento.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Época de Triatlo 2012 encerrou em Lisboa


Últimos metros do segmento de corrida
Terminou ontem, com o Triatlo de Lisboa, a época de 2012. Terminou naquele que será, porventura, o percurso  mais rápido do Triatlo português. Sempre plano, entre a Torre de Belém e as docas, apenas com um retorno de cada lado. A inépcia de alguns atletas em lidar com as zonas degradas do trajecto, provocou diversas quedas no pelotão. Quando seguimos num grupo compacto não podemos desviarmo-nos dos buracos nem, tão pouco, usar os travões no meio do grupo. Quando se rola a mais de 40Km/h, estas manobras potenciam a ocorrência de acidentes. Foi o que aconteceu mas, felizmente, não me vi envolvido em nenhum destes infelizes episódios.  Mas foram-no três dos meus colegas de equipa. Rodas destruídas, 2 capacetes feitos em cacos e escoriações para gastar muito Halibut, foram o resultado do infortúnio. Até mesmo, um quadro partido resultou dos acidentes do dia.

Tinha planeado terminar a época de Triatlo nesta prova, até porque, no ano passado, estava lesionado e não a consegui fazer. Confesso que não ia particularmente expectante para esta prova. Os meus últimos desempenhos na natação tinham sido sofríveis e não tinha treinado corrida com os índices de qualidade necessários a andamentos rápidos. Só no ciclismo tinha muitos e bons quilómetros, com os trajectos longos que tenham feito nas últimas semanas.

A natação acabou por decorrer de forma tranquila, com um registo na ordem dos 27'. É algo em que terei forçosamente de melhorar se quero ter expectativas de me bater pelos melhores lugares do meu escalão. Os adversários são fortes e não dão tréguas. Sair atrasado da água significa só os voltar a ver na linha de meta!

No ciclismo andei bem forte. Felizmente, desta vez havia companheiros para dividir o esforço e pudemos andar bem depressa. Fiz média de 39,2 Km/h e o 19º registo do dia, o que me deixou bastante satisfeito.

Na corrida sobressaiu a dedicação ao ciclismo. Ou seja, a bicicleta não deixou qualquer mossa física e assim pude correr, de forma solta, em cerca de 38'. Considerando a sinuosidade do percurso e o facto de ter sido penalizado com um Stop & Go acabou por ser um bom registo.
No pódio com o Miguel Fragoso e o António Calafate (duas máquinas...)

Stop & Go estarão vocês a perguntar. O que diabo é essa coisa? Pois bem, o Stop & Go é uma penalização atribuída pelos árbitros face a uma falta do atleta. Ao que parece, no meu caso, foi por, após ter concluído o segmento de ciclismo, ter colocado a bicicleta fora da minha zona de transição, ocupando o lugar do meu adversário do lado. Não duvido que possa ter sido assim e, obviamente, não o foi de forma intecional, mas lá foram 15" parado, a ver passar os outros...

Terminei na 44ª posição da geral, sendo o 3º V2.

Destaque ainda para a Helena que 4 anos depois do seu último Triatlo (Campeonato da Europa de Lisboa, 2008) voltou a competir na modalidade. E pela prestação... Uma máquina!

Fotos da Rita Ramos
Com estes bracinhos nunca serás nadador!