domingo, 10 de dezembro de 2023

Tróia-Sagres 2024

O ano de 2023 assinala, para além do facto de ter concluído o meu 10º Ironman, também a minha 20ª participação na Clássica Tróia-Sagres.

Desta vez, feita com a bicicleta de contra-relógio, a testar uma nova posição com novas afinações. Por isso mesmo fez sentido fazer todo o caminho, de cabeça ao vento, na frente do trio - Machado, Serôdio e eu.

O trio acabou por se desfazer por altura do Km120, pelo que fiz os últimos quilómetros a solo.

Pela primeira vez fiz a Clássica fora da data oficial, o que até acabou por ser bom, pois as estradas estavam bem mais tranquilas. A temperatura foi amena, atenta a época do ano, mas ainda caíram uns borrifos até Santiago do Cacém.




O tempo, pouco relevante para quem não ia muito preocupado com isso, foi de 6h33, menos 2' do que no ano passado.

A primeira Epic Ride rumo ao Hawaii 2024 está feita.

O histórico foi este:

2023 - 6h33

2022 - 6h35

2021 - 6h03

2020 - 6h41

2019 - 6h00

2018 - 6h56

2017 - 6h39

2016 - 6h08

2015 - 5h45

2013 - 6h17

2012 - 6h49

2010 - 6h30

2004 - 5h45

2003 - 6h11

2002 - 6h17

2001 - 6h42

2000 - 6h23

1999 - 7h20

1998 - 6h32

1997 - 6h38  

domingo, 29 de outubro de 2023

Slot tropical

O Ironman Malaysia foi a minha escolha para competir na longa distância em 2023. Um destino diferente, num país com um povo fantástico e muito hospitaleiro, onde ser turista até sai barato. Correspondeu muito bem às elevadas expectativas que levava e dei a viagem por bem empregue.

Já no que respeita à prova, confesso que a temperatura da água me deixava algo apreensivo. Apreensão essa que aumentou depois de, nos dias prévios, ter nadado no mar. Apesar de ser uma autêntica piscina, 31C não é de todo confortável para nadar. Tudo isto acrescido por um mês de Setembro sem a minha habitual piscina para treinar, o que me levou a ter de encontrar alternativas, mas onde nunca me foi possível nadar com o volume e intensidade desejados. 

Os dias prévios na Malásia corriam de feição. Reconhecemos o percurso de ciclismo e de corrida, fizemos os procedimentos prévios à prova e até deu para reparar um pequeno dano na minha bicicleta, ocorrido durante a viagem.

No entanto, na véspera da prova acordei com cólicas e diarreia. Logo eu, pouco atreito a este tipo de coisas e onde tive particular cuidado com a alimentação. Apesar de ter comido o mesmo que toda a gente era o único com estes sintomas.


Mal-estar à parte lá fiz os procedimentos de check-in e, logo aí, outro disparate: guardei o gps da bicicleta no saco da corrida - ao qual não teria mais acesso, até iniciar o dito segmento, o que significou um percurso de ciclismo com pouca informação disponível.

Ora bem, com todos estes incidentes, havia que adaptar o mindset à nova realidade. Assim, ponto 1: conseguir cumprir o segmento de natação sem sair da água cozido. 

O percurso tinha 2 voltas, com saída australiana. Cumpriu-se à velocidade possível, mas de forma bastante confortável e, muito importante, sem cólicas. Saí da água com cerca de 1h22' de prova. Uma marca fraca mas, atentas as circunstâncias, acabava por não ser mau de todo, até porque ainda havia bastantes bicicletas no parque de transição.

O ciclismo foi feito sem as referências de potência nem de frequência cardíaca, pois apenas tinha o relógio de pulso, o qual, com a chuva que caía não era de fácil leitura. Com uma cólica aqui e outra acolá, ia passando atletas atrás de atletas. Perto do Km 70 cruzo-me com o support crew e a Rita diz-me que seguia em 6º lugar do Agegroup. 


Lá fui andando até ao Km 160, onde tive uma quebra pouco habitual, que me obrigou a reduzir o ritmo nos 20Km que faltavam até à transição. Mesmo assim, acabei o segmento algo desgastado.



Bem... a 2a fase estava cumprida. Fiz uma transição lenta, para tentar recuperar um pouco e arrefecer o corpo, já que estávamos dentro de um pavilhão climatizado. Agora é que ia doer, pois o sol estava exposto e no seu pico de maior intensidade.

Saí para a corrida em 2º lugar do Agegroup, mas com cerca de 15' de atraso do líder. Ia mais rápido do que ele e as minhas contas diziam que se assim nos mantivéssemos o apanharia antes do Km 40. Isto se não tivesse nenhuma quebra e se os intestinos aguentassem... ou ficava bom... ou ficava estendido na estrada! :-) 


Mas fui precisamente eu a ter uma nova quebra e a ter de caminhar a pé entre o Km 8 e o Km 10,  momentos em que aproveitei para arrefecer o corpo, para ingerir gel, coca-cola e sais, com fartura. A coisa melhorou, voltei ao ritmo pretendido, e sobretudo, queria tentar defender um lugar no pódio.

No entanto, pesem todos estes incidentes, as boas notícias chegavam perto do Km 12... Afinal seguia em primeiro, pois quem liderava anteriormente estava a passar mal... Isto foi um enorme boost motivacional, aliado ao facto de me estar, então, a sentir bem e capaz de ser consistente. 

As comunicações dos tempos que me iam passando eram sempre melhores notícias. A diferença aumentava e podia dar-me ao luxo de correr mais devagar e de passar nos abastecimento com calma, sobretudo para despejar água gelada em cima, para combater o enorme calor e humidade que se faziam sentir.


Daqui em diante, e até à meta, foi apenas o desfrutar da sensação de ir voltar a ser o primeiro do Agegroup, numa prova excelente, exigente, e superando várias adversidades. O fantástico ambiente de fim de tarde na rua mais movimentada da cidade jogava bem com as emoções do momento.

E pronto, não sendo a slot um objectivo acabei mesmo por a ir buscar e, assim, marcar viagem, pela terceira vez, à ilha mágica -Big Island, Hawai'i. Kona, aí vamos nós. 

Completei a minha décima prova na distância Ironman. Cinco dessas vezes no pódio, duas das quais em primeiro lugar. Acho que posso dizer que é um desempenho regular e consistente, sem dúvida fruto do trabalho de vários anos com o meu coach e amigo Paulo Conde.

Acho que o melhor agradecimento, mais do que qualquer palavra, é dedicar-me ao cumprimento do seu trabalho e partilhar todas as emoções deste processo. :-)

Relive 'IM Malaysia'





terça-feira, 13 de junho de 2023

O encanto de Coimbra

O Half de Coimbra, disputado no passado dia 10 de Junho, encerrou o primeiro ciclo da minha época 2023. Foi um ciclo com 4 competições na distância Half - Setúbal; Sevilha; Caminha e Coimbra, com outros tantos lugares de pódio mas, sobretudo, com uma boa evolução, especialmente no que respeita ao ciclismo e à corrida. 


Gostei da edição do ano passado e decidi voltar a Coimbra. Satisfaz-me ver uma Organização preocupada com o bem estar dos atletas, tentando melhorar de ano para ano de acordo com os feedbacks que vai obtendo. Neste ano, o mais notório foram as alterações ao percurso de corrida, alterações essas que o tornaram mais rápido e mais interessante.

A minha prova foi bastante consistente, pese embora a natação continuar a ser limitativa. O ciclismo foi forte e muito consistente, o que permitiu chegar à corrida com capacidade para correr aquilo que valho nesta altura.

Por pouco mais de 1'30" não deu para chegar ao lugar mais alto do pódio, mas a concorrência esteve forte. De relevar a melhoria relativa ao tempo do ano transacto, melhoria essa sustentada no segmento de corrida.

No final, um 28º lugar absoluto e o 2º no agegroup [55-59] com 4h33'.


Venha o próximo que, se tudo correr como planeado será na distância Ironman e na Ásia, daqui por 4 meses.

Tentaremos então reiterar a conquista de Afonso de Albuquerque há mais de 500 anos, naquela que será a minha X tentativa na distância mítica.

Vamooos!

domingo, 28 de maio de 2023

Medina, és o máior!

Num país em que Medinas e Azevedos fazem o que querem e nada acontece, parece-me normal o drafting, vergonhoso, que assolou o Triatlo Longo de Caminha este fim-de-semana. É proibido, é desleal, os árbitros viram e não quiseram actuar. Fica o registo, corroborado por centenas de fotos, inúmeros vídeos e testemunho de todos os que lá estiveram, a competir ou simplesmente a ver.

Posto isto, sobre o que posso efectivamente controlar, considero ter tido uma prestação deveras interessante, obtendo a minha segunda melhor marca de sempre na distância - 4h33', com o 2º lugar no AG 55-59, 103º à geral.

Uma natação esquisita, sempre com as supressas impostas pelo rio Minho. Partindo na zona mais central do rio, acabei por chegar a uma zona de profundidade mínima, onde era impossível nadar. Acabei por completar o segmento nuns miseráveis 38', o que comprometeu desde logo aspirações maiores.

O ciclismo foi cumprido em 2h20', a 38,1Km/h de média, sem nunca ter andado na roda de ninguém... Repito: sem nunca ter andado na roda de ninguém. Foi o meu melhor registo de sempre no segmento de ciclismo nesta distância, algo bastante positivo e de que retiro muita satisfação.


A corrida foi completada em 1h30'. Nada de extraordinário mas perfeitamente razoável para aquilo que ambicionamos por agora.

Fica o agradecimento ao Paulo Conde, meu treinador de há vários anos, pelo engenho que sempre revela para criar um desafio constante e uma evolução permanente, sem sucumbirmos ao ruído externo. :-)

Daqui por 15 dias, haverá mais, em Coimbra. Siga!

Fotos - Triatlo de Caminha.


quarta-feira, 19 de abril de 2023

Half Triatlón de Sevilla


Há dias li que Sevilha é uma das 10 cidades mais visitadas no mundo. Quanto a mim, é a cidade espanhola que mais vezes visitei, 9 das quais devido a eventos desportivos. Competi lá por 5 vezes na Maratona, com a marca de 2h43'20", em 2018, a dar-me o 3º lugar no escalão; e por 4 vezes em triatlo, na distância Half, a última das quais no passado fim-de-semana, num dia quentinho de Abril - 33ºC, na Andaluzia.

Ora é mesmo sobre esta prova que deixo aqui um breve resumo.


A organização implementou alterações aos percursos. Desde logo, na natação, distribuiu os 1900m por apenas uma volta, colocando mulheres a partir numa direção e homens noutra. Excelente medida, pois o contacto físico diminui substancialmente.

Tirando um toque ou outro na primeira boia, a coisa fez-se de forma muito tranquila e também lenta, como habitualmente. Foram 35' dentro do Guadalquivir a 21ºC.

O percurso de ciclismo também sofreu mexidas. Era um percurso do qual eu gostava bastante, de volta única. Passou a um percurso de 2 voltas com 2 tramos de ligação. Não por isso menos exigente, pois é bastante ondulado e, no Domingo, fez-se sentir um vento lateral, particularmente forte, que incrementou de forma significativa a dureza da coisa.

O segmento saiu-me particularmente bem, com o 30º melhor registo - 3º do Agegroup, o que me permitiu recuperar muitas posições e iniciar a corrida final a 50" do pódio do AG.

A corrida final manteve-se nas margens do rio, com apenas umas alterações de detalhe, para melhor. Aqui decidi ser algo conservador na primeira volta e deixar uma possível abordagem ao terceiro lugar para a segunda parte da corrida. As sensações foram positivas e o último lugar do pódio surgiu, com uma folga de mais de 2'.


De relevar que, nesta competição, os Agegrous têm uma amplitude de 10 anos, sendo que, assim, competi no AG [50-59] tendo sido batido por dois atletas que, nas condições habituais seriam [50-54]. Portanto, ainda mais satisfeito por este facto.


Esta seria aminha segunda melhor marca de sempre na distância. No entanto os segmentos estavam um pouco curtos, pelo que o 4h26' final é falacioso.

Fica para registo o 45º lugar à geral e o 3º V2 [50-59].

#ironconde

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Boost motivacional!

São poucas as palavras para elogiar este evento. Já tive oportunidade de competir em grandes palcos da modalidade e só posso dizer que o Setúbal Triathlon é dos melhores, entre os melhores.

Uma Organização irrepreensível, uma cidade envolvida, voluntários disponíveis. Juntamos a isto um dia excelente e estavam reunidas as condições para mais uma edição de sucesso. 



Desta vez era sétima, e eram também sete o número de edições em que participava, bem como, as classificações de pódio que obtive, entre as quais dois primeiros lugares, nas edições de 2021 e 2022.

Acertada a estratégia de prova com o Coach Paulo Conde, foi tempo de nos fazermos à água. As coisas não começaram da melhor forma, logo com um pontapé numa rocha para deixar os dedos do pé a latejar. 

No entanto, no que respeita à prova, a natação foi feita de forma fácil mas, como habitualmente, de forma lenta, tendo o o percurso sido cumprido na casa dos 33'. 

O segmento de ciclismo tem sido a minha arma estratégica para entrar na discussão das provas. Uma vez mais foi assim, e após cerca de 2h30' de esforço consistente consegui recuperar posições posições até ao terceiro lugar do Agegroup.

A corrida final foi, desta vez, abordada de forma um pouco mais conservadora. Tentei resguardar-me ao máximo para evitar o possível desgaste provocado pelo vento, que em alguns troços era frontal, ao mesmo tempo que tentava ser consistente no ritmo imprimido. Assim, integrei um gruppetto no qual segui até cerca do Km18. Só por essa altura decidi abrir um pouco o andamento

E, em boa hora o fiz. Esta ligeira aceleração permitiu-me fazer o melhor registo no segmento dentro dos [55-59], e assim alcançar o segundo lugar, já dentro do Km 19.

Quanto à luta pelo lugar mais alto do pódio - ganho pelo inevitável Jorge Calafate, esta ficou desde logo comprometida com duas transições menos conseguidas, que vieram dificultar o que é, logo à partida, já bastante bastante difícil.

Regresso de Setúbal bastante satisfeito com a minha prestação, sobretudo face às expectativas que havia definido inicialmente.
A mira, essa, continua apontada à longa distância, desta vez para tentar, na Ásia, concluir o meu 10º triatlo na distância Ironman, daqui por uns meses. No entanto, já estou em pulgas, a pensar na inscrição para o Setúbal Triathlon 2024. 

Fotos:
#setúbaltriathlon
#triatl3ta
Helena Barros

#ironconde