domingo, 29 de dezembro de 2013

Época de S. Silvestres

As corridas de S. Silvestre proliferam por esse país fora. Parece que não há terra que não tenha a sua corrida. Saúda-se a proliferação de eventos desportivos e, sobretudo, de gente com hábitos desportivos para nelas participarem. Eu estive na S. Silvestre de Lisboa.

Desde há uns dias andava com alguns problemas físicos, mais concretamente a nível muscular. Como tal tentei ir de forma controlada, a rondar os 4'00/Km, sem exageros. Mas o tal do S. Sivestre não estava comigo. No final da R. do Ouro a equipa das meninas do Águias de Alpiarça "estacionada" à saída de uma curva - acho que uma delas tinha caído. Bem que travei e me tentei desviar, mas não evitei uma escorregadela e o choque com o grupo ficando "pendurado" numa delas, mas estendido no chão. Rapidamente recuperei a marcha e lá segui no meu ritmo forçado. Sempre que tentava acelerar um pouco a dor agudizava-se e, chegado ao início da Av. da Liberdade, ao Km. 7,5, resolvi desistir. Não havia necessidade de sofrer e agravar as coisas.

Com esta decisão veio também a de não participar na S. Silvestre da Amadora, nem na Maratona de Sevilha e a de olhar, exclusivamente, para a época de Triatlo. Para já será tempo de curar a mazela e relevar a natação, o ciclismo e o trabalho de força.

Feliz 2014.


Foto:  São Silvestre de Lisboa

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013


Desta vez fica um video. Fica o registo da minha época de 2013, uma época que posso dizer que, de alguma forma, me sorriu, apesar de não ter almejado tudo o que tinha definido.

Fiz a Maratona de Sevilha, um duatlo e mais seis triatlos: Duatlo de Torres Vedras, Triatlo do Estoril, Triatlo Longo de S. Jacinto, Triatlo de Oeiras, Triatlo de Pedrógão Grande, Triatlo Longo de Caminha e o Iberman (na distância Ironman).

  • Cumpri o meu grande objectivo de concluir uma prova na distância Ironman.
  • Fiz,  no Longo de S. Jacinto, aquela que considero a minha melhor prestação de sempre em triatlo, com 4h24' e o segundo lugar do pódio;
  • Nessa prova fiz o melhor segmento de ciclismo de entre os portugueses presentes e o terceiro de entre todos os atletas;
  • Sagrei-me Vice-Campeão Nacional de Triatlo Longo, em Caminha.
  • Ganhei uma medalha numa prova internacional, com a terceira posição no Iberman
  • Fui ainda ao pódio em Pedrógão Grande.


Está tudo resumido aqui!

Fica ainda o agradecimento aos meus colegas de equipa do Clube de Natação do Colégio Vasco da Gama - a melhor equipa de Triatlo do Mundo, e a todos os que me aturam e suportam algumas coisas que, aparentemente, outros considerariam pouco normal.

Bem hajam. :-)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Onze!

Paulo Lamego, João Serôdio, José Freire e eu
à porta do Água Salgada, em Sagres
Em Dezembro de 1997 cumpri, pela primeira vez o Tróia-Sagres, um desafio criado pelo António Malvar que, ao longo dos anos foi arrastando mais e mais adeptos espontâneos.

Desde então, o Tróia-Sagres massificou-se, trazendo com isso as coisas boas, mas também as más. A insegurança dos ciclistas aumentou. Mas aumentou, essencialmente, devido às viaturas que acompanham os próprios ciclistas, ignorando todos os outros  que não sejam o "seu ciclista". Enfim... egoísmo e falta de civismo.

Ontem fiz a minha décima primeira edição, na companhia dos meus amigos e velhos companheiros destas andanças, Paulo Lamego e José Freire.

Há uns anos atrás encarava o Tróia-Sagres como um grande desafio, algo que precisava de algum treino e de uma logística cuidada. Agora... nem por isso!  Há uns anos éramos poucas dezenas. Ontem, terão saído de Sagres perto de 800 ciclistas.

Assim, lá nos fizemos à estrada, depois de uma semana que, para mim, foi algo pesada em termos de treino para a Maratona de Sevilha. Teremos sido, provavelmente, o último grupo a arrancar para Sagres, poucos minutos antes das 9h00.

O Paulo Lamego impôs um ritmo bem animado nos primeiros 30Km, até alcançarmos um grupo, numeroso, com ritmo interessante e no qual seguimos até Sines. Mas... maldita cafeína. A ingestão de um café suplementar, antes da saída de Setúbal, teve um indesejado efeito diurético. Uma paragem escusada, que nos fez perder o grupo e ficarmos, apenas, os três.

Um pouco depois o Lamego a ter uma quebra, passageira, mas que nos obrigou a reduzir o ritmo. Também, mal ele recuperou passámos de um registo de 25Km/h... para perto de 50Km/h... Coisas! :-) Como se não bastasse, um pouco depois, parados de novo, para reparar um furo.

No final, 196Km percorridos em 6h05', 32Km/h de média, num excelente dia, pese embora o vento que se fazia sentir.

Foto de alguém que passava na altura


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

De regresso!

No último quilómetro
Esta foi a minha primeira competição após a participação no Ironman.

Passaram, portanto, cerca de três meses desde então. Durante esse período não tive vontade de competir mas, agora, já sentia falta do cheirinho das corridas. Pena ter escolhido uma prova organizada pela Xistarca para este regresso. De facto, encaixar uma corrida de 10Km, com partida 15' antes da Meia-Maratona, é fácil de ver que daria mau resultado, com os atletas mais rápidos da Meia a alcançarem os mais lentos dos 10Km, gerando uma enorme confusão face à diferença de andamentos existentes entre ambos. Mas enfim, o objectivo parece ser lucrar ao máximo com o período dourado que a prática de corrida atravessa, com um número crescente de adeptos, sem proporcionar o retorno de qualidade que se impõe. Culpa nossa, corredores, que sabendo ao que vamos continuamos a alinhar nestas coisas. É que nem o trajecto da prova coincidiu com o publicado na net...

Quanto à minha prestação não teve grande história. Vinha de um mesociclo preparatório no qual não corri tudo o que estava prescrito. Sim, andei um pouco na balda, pelo que, não podia aspirar a mais do que correr a 3'50"/Km. Terminei a prova com uma média de 3'49"/Km, pelo que terei de estar satisfeito, face ao cumprimento do objectivo.

A manhã estava fria e o nevoeiro junto ao rio em nada ajudava a aquecê-la. Saí bem na frente e procurei gerir os primeiros quilómetros para aquecer e não sofrer demasiado na única subida do dia - dos Jerónimos para o Estádio do Restelo.

A partir de Algés a prova seria totalmente plana, sem dificuldades de maior. Assim fiz e rapidamente integrei o numeroso grupo da primeira mulher - a Sandra Teixeira, conhecida no mundo do atletismo como Sassi. Mantive-me no grupo até perto do Km 14, quando o andamento aumentou para 3'30"/Km, algo que já era desconfortável para mim. Descolei. Aliás, o grupo esfrangalhou-se todo. Ainda acabei por recuperar uma ou outra posição nos quilómetros finais, mas também fui ultrapassado por um par de atletas.

No fim, 1h21'00", com uma média de 3'49"/Km, correspondente ao 59º lugar da geral e 8º do escalão. Nada de extraordinário em termos de prestação, mas um importante passo na preparação da Maratona de Sevilha 2014.

Foto da Rita Ramos

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dez coisas que um BTTista não pode deixar de fazer

Não quis deixar de partilhar este fantástico video sobre uma das actividades que mais gosto de praticar: BTT. 



Dei comigo a contar, das dez, as que já tinha efectivamente concretizado. E o resultado é este:

1. Montar uma bicicleta

Afirmativo. Mandei pintar o quadro da minha velhinha Kona Kula e adaptei uma montagem para a Helena a utilizar em estrada. Do primeiro ao último parafuso fui que a montei.

2. Andar à noite

Sim. Por duas vezes. Uma em Sintra, na véspera do meu filho Gonçalo nascer. Aliás, foi chegar a casa às 01h00 e acordar para ir para a maternidade às 03h00... A outra foi nas 24h de Proença-a-Nova, em que participei a solo.

3. Pedalar na neve

É brutal. Então em neve virgem, num dia de sol, é algo que apenas experimentando se percebe o gozo que dá...

4. Pedalar num país estrangeiro

Espanha, França e Itália foram os países em que andei de BTT. Noutros também já andei de asfáltica.

5. Dormir com a bicicleta.

Sim... Nos caminhos de Santiago e nas saídas à Estrela, quando pernoitávamos na Casa do Guarda. Na gélida Casa do Guarda... A bike tem a vantagem de não nos puxar a coberta...

6. Explorar um novo trilho

Ui... Tanta e tanta vez. Algo que a utilização do GPS veio diminuir, o que, diga-se, também não me preocupa muito. Andar com a bike às costas a pular muros e atravessar ribeiros não é o que mais gosto...

7. Cruzar uma montanha

Várias. No Caminho de Santiago, por exemplo, mas, também em Portugal, com a travessia de Castanheira de Pêra à Torre, cruzando as Serras da Lousã, Açôr e Estrela. Dois dias brutais de BTT.

8. Participar em provas

Várias. Desde os primeiros tempos do Cross Coutry até às provas por etapas, como Ironbike, Transportugal ou Geo-Raid.

9.Andar num Bike Park

Também não é a minha onda, mas tive de experimentar, claro. Foi em Monsanto, mas com muita, muita tranquilidade, a ver se não ficava com o guiador colado aos dentes!

10. Pedalar em direcção ao Mar

Nas falésias da Costa Vicentina - Transportugal 2003
Pois claro. Fiz o Transportugal. De Bragança a Sagres, sempre a pedalar. Primeiro pela raia até que no último dos onze dias vimos o mar, na bela Costa Vicentina.

Ou seja, concluo que me posso considerar um homem realizado, no que ao BTT diz respeito. Mesmo assim, tenho uns quantos projectos para levar a cabo. Ideias "estúpidas" não faltam :-)


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

32 anos depois...

Aqueles que puderam estar presentes
Desta vez, o post é sobre basquetebol, a modalidade que pratiquei durante mais de 15 anos.

No passado Sábado promovemos o reencontro de alguns daqueles que integraram, durante a década de 80, as equipas de basquetebol do Atlético Clube de Portugal - iniciados, juvenis e juniores disputando uma animada partida de basquetebol, seguida de um jantar revivalista, no qual pudemos recordar os momentos únicos que partilhámos.

Não éramos, seguramente, dos mais talentosos jogadores nacionais. Contudo, as nossas equipas sempre se caracterizaram por estar entre as melhores e com elas disputar, ponto a ponto, o que quer que estivesse em disputa.

As nossas equipas apresentavam grande capacidade defensiva. Enchiam o campo, sempre pressionando os adversários, obrigando ao erro e usando o contra-ataque como arma principal. Para além disso, tínhamos entre nós bons lançadores e todos disputávamos os ressaltos, tanto defensivos como ofensivos, essa tão importante componente do basquetebol.
Acho que aqui foi quando "algo" me "mordeu" um isquiotibial... 
Mas, a nossa grande arma foi, na minha opinião, a grande amizade existente entre todos nós. Era isso que, a cada minuto de treino ou segundo de jogo nos levava a superar as nossas capacidades. Era por isso que não falhávamos um treino e foi também por isso que alcançámos objectivos importantes, dos quais destaco um título regional e duas presenças em Final Four,  entre outros.

Um reencontro, 32 anos depois, dirá tudo sobre esta mística. Não? Para mim, a única diferença é que parece que a tabela está 50cm mais alta... :-)


As fotos foram tiradas pelo Paulo Solano

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Há coisas que nunca mudam!

Aos 1500m de altitude, deitado atrás de umas carquejas
 para me proteger do vento N algo frio. Técnicas de pastor..
Ontem foi dia de BTT. Um dia especial, porque foi na Serra da Estrela e, ainda mais especial, porque foi com amigos de há 20 anos, de quando me iniciei nas lides do ciclismo de montanha, a subir e a descer rampas íngremes e longas, em sítios que muitos julgavam de loucos.

Uma volta de bicicleta, totalmente informal, conseguiu  de forma espontânea juntar mais de 20 pessoas, montando das mais modernas bicicletas a autênticos clássicos mas, felizmente, nenhuma delas com as aberrantes rodas 29". :-)

Gosto desta vertente do BTT, gosto das cores de Outono na Serra da Estrela e gosto muito das pessoas com quem ontem tive o privilégio de partilhar o meu dia. Só isso explica acordar às 5h00 da manhã e fazer 700Km de carro.


Cores de Outono com a Guarda ao fundo, do lado direito
Quanto ao percurso, com partida e chegada a Manteigas, posso dizer que passou nos locais mais emblemáticos da Estrela como Covão da Ponte, Santinha, Mondeguinho, Observatório e a calçada que nos leva de forma vertiginosa de regresso a Manteigas.

Espero que, não volte de novo a passar um ano até voltar a levar a BTT para a terra!



Fotos do Rui Sousa

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O meu Ironman em estatísticas



Talvez por ser originário de uma modalidade como o basquetebol, na qual as estatísticas e a sua análise são preponderantes, gosto bastante de utilizar esse tipo de ferramentas para caracterizar o meu desempenho, quer durante o evento, quer na preparação para o mesmo.

Assim, deixo-vos umas breves notas estatísticas sobre a minha participação no Iberman e os sete meses que a antecederam.
Na prova

Fato Sailfish, equipamento ZeroD, sapatilhas Asics, bicicleta Specialized Transition Pro, com andamentos 54x39 e 11x23.

Tempo final: 11h10'28", 47º classificado, 3º do grupo de idade [45-49], dentro dos primeiros 8% de todos os atletas chegados.
  • Natação: 1h15'58", 200º registo do dia, dentro do primeiro terço do pelotão.
  • Ciclismo: 5h45'21", 39º registo do dia, dentro dos primeiros 7% do pelotão.
  • Corrida: 4h01'40", 100º registo do dia, dentro dos primeiros 18% do pelotão.
  • T1: 4'25"; 109º registo do dia, dentro dos 18% mais rápidos.
  • T2: 3'09"; 174º registo do dia, dentro do primeiro terço mais rápido.
Chegada à T2. Só falta correr uma maratona!
Na natação demorei mais 19' do que o mais rápido, no ciclismo mais 32' e na corrida mais 46'. Fiquei a 7' e 22", do segundo e primeiro do meu escalão, respectivamente. Ambos os atletas ultrapassaram-me no segmento de corrida.

Consumi 1.031C, na natação, 4.347C no ciclismo e 2.746C na corrida. Ingeri 6 pacotes de gel Powerbar, 4 barras e 3 pastilhas de sais ZipVit  no ciclismo. Na corrida foram mais 7 pacotes de gel. Água terão sido entre 8l a 9l.

Concluo que o bom desempenho no ciclismo foi chave para o resultado final.


No treino

Início da preparação: 04 de Março,  6.735 Km, 392h45',
  • Natação: 245 Km, 98h45', semana de maior volume: 12 Km
  • Ciclismo: 5.409 Km, 201h03', semana de maior volume: 421 Km
  • Corrida: 1.081 Km, 93h52', semana de maior volume: 62 Km
Deste o dia 15 de Julho pedalei, exclusivamente, na bicicleta de contra-relógio que utilizaria.

Foto: Helena Barros

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A estreia no Ironman

Só falta amanhecer...
O meu grande objectivo desportivo de 2013 estava marcado para o dia 05 de Outubro - dia da implantação da República Portuguesa. Aconteceria em terras espanholas e seria a minha estreia na distância mítica do Triatlo - o Ironman, com 3,8Km a nadar, 180Km de bicicleta e 42,198Km de corrida, para encerrar em beleza.


Um cenário grandioso para abrir o dia em beleza
Depois de sete meses de preparação, sentia-me em excelente condição para enfrentar a distância, fruto do magnífico trabalho do Paulo Conde, que fez um planeamento do treino fantástico, no sentido de poder potenciar as minhas melhores características. Assim, as minhas expectativas estavam em alta. Queria não só levar de vencida a distância mas, também, estar entre os melhores do meu grupo de idade [45-49].

Assisti ao nascer do sol em plena praia e, pelas 8h15 soou o tiro de partida. Era tempo dos cerca de 700 atletas se fazerem ao caminho. O sol, ainda a nascer no enfiamento das bóias, dificultava a navegação. Talvez em função dessas dificuldades acrescidas o meu Garmin tenha registado 4,36Km em vez dos previstos 3,8Km. Ainda assim, o tempo final do segmento correspondeu à minha estimativa: 1h15'.


Numa das muitas subidas do percurso
Estava concluído o meu segmento mais frágil, ainda que, neste caso, o mais fácil da prova. Era tempo de montar a bicicleta de contra-relógio, e enfrentar o percurso que rumava a norte, divergindo na direcção de Pomarão e Mértola, já em Portugal, de onde desceríamos de novo para Vila Real de Santo António.




Vamos lá correr uma maratona...
O percurso foi de extrema exigência. Ora devido ao vento frontal que se fazia sentir nas zonas rolantes, ora devido ao sobe e desce constante que caracterizava a sua segunda metade. A dificuldade não estava nas subidas, mas antes, nas permanentes alterações de ritmo que a variabilidade do percurso introduzia. O segmento de ciclismo ficou ainda marcado por um erro num reabastecimento, que me levou a ficar sem água, pois, por engano, deram-me um bidão de bebida isotónica, algo que eu dispensava naquela altura.

Chegava a Vila Real de Stº António ao fim de 5h42, com uma média a roçar os 31Km/h, bastante boa face às dificuldades que o segmento encerrava. Estavam lançados os dados para a última dificuldade do dia. E que dificuldade viria a ser...


A cerca de 10Km do final
As coisas ainda começaram dentro do intervalo de ritmo que tinha definido para correr. Nessa altura assumi a liderança da prova no meu escalão. Contudo, depois de passar o sapal de Castro Marim, os viadutos de acesso à ponte sobre o Guadiana, primeiro, e a subida para Ayamonte, depois, arrasaram-me por completo.

Viria a perder essa mesma liderança, pouco antes de entrar num dos troços de terra batida do percurso. Mas o pior estava mesmo para vir. Primeiro, um pinhal com o piso em areia solta. Valia a caruma para tentar pisar em algo consistente. Depois, ao Km 33, dois quilómetros em plena praia, onde a maré subida nos obrigava a correr também na areia solta. Sinceramente, julgo que um IronMan já tem dureza suficiente. Não valia a pena terem-na exponenciado!



Feito!
A aproximação à meta foi feita com extrema alegria, "empurrado" pelo vibrante apoio do sempre muito público que os espanhóis conseguem reunir nestes eventos.

No final, 47º classificado, 3º do grupo de idade [45-49], em 11h10'28", com a enorme sensação de dever cumprido e grande vontade de repetir a distância. De facto o IM é único e só depois de concluirmos um podemos perceber a mística da coisa.

Agradecimentos especiais para a Helena, pela forma extremosa como cuidou do seu marido (eu) :-), para o João Serôdio, Rita, Gonçalo e Ivana (Gabriel e Guilherme incluídos) por se terem deslocado ao sul de Espanha para partilhar comigo estas 11h10' de momentos inesquecíveis e marcantes.


Pódio AGR [45-49]
Nota ainda para os meu colegas de equipa, Manuel Gonçalves que conclui, também com sucesso, a sua prova e João Lourenço, que me desafiou a participar mas, que por lesão se vim impedido de estar na linha de partida.

Fotos da Helena, Rita Ramos e João Serôdio

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tracking my Iberman cycling - LIVE!

É já no próximo Sábado que farei a minha estreia na distância Ironman. Vão ser 3,8Km a nadar, seguidos de 180Km de bicicleta e de 42,198Km a correr. A prova disputa-se no sul de Espanha, em Isla Cristina. O segmento de ciclismo tem um troço generoso em Portugal, desde Mértola até Vila Real de Santo António, localidade onde está montado o Parque de Transição nº 2, onde deixaremos as bicicletas e sairemos a correr na direcção de Espanha.

Considero que estou preparado. Bem preparado. Mas nestas coisas do desporto, a componente sorte faz também parte do jogo, pelo que, será necessário ter todos os sentidos alerta para que nada falhe, nomeadamente na alimentação e hidratação durante a prova, factor que será chave no resultado final.

A previsão meteorológica é muito encorajadora. Tempo ameno com quase ausência de vento. O ideal para este tipo de actividade.

Para quem possa ter algum interesse em acompanhar o meu desempenho no segmento de ciclismo, poderá fazê-lo aqui. Conto estar sobre a bicicleta um pouco depois das 8h00 portuguesas, após concluir os 3800m de natação. 






segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Incursões de uma TT no Pinhal Central

A Specialized Transition Pro com que enfrentarei o Iberman
aqui em acção em S. Jacinto - Aveiro
Estou a cerca de 15 dias do grande desafio da minha época desportiva 2013: o Iberman.

O Iberman é um triatlo, disputado na distância Ironman, ou seja, 3,8 Km a nadar, 180 Km de bicicleta e os 42,195 Km da maratona final, que terá lugar em Isla Cristina, perto de Huelva - Espanha, e com alguns troços em Portugal, nomeadamente entre Mértola e Vila Real de Santo António.

O percurso de ciclismo será algo exigente e muita tem sido a discussão entre os atletas sobre o tipo de bicicleta a adoptar: uma bicicleta tradicional ou uma bicicleta TT - Time Trial (bicicleta de contra-relógio)? Desde o início que esta dúvida não me assalta. Seguramente a minha opção irá para a TT, aliás, única bicicleta que tenho utilizado nos meus treinos, durante os últimos meses.

Depois de, em Agosto, com ela ter subido a Serra do Caldeirão, no Algarve, e Montejunto, às portas de Lisboa, o teste final foi realizado no passado Domingo, num percurso de 172Km, com cerca de 3.000m de acumulado positivo, realizado na zona do Pinhal Central.

Subidas longas, subidas mais curtas e íngremes, descidas técnicas, zonas rolantes e descidas rápidas, a bater nos 75Km/h. A TT cumpriu em pleno em todos os cenários, ainda que seja, sem dúvida, uma bicicleta para rolar a boa velocidade. Se dúvidas houvesse estariam já dissipadas.

As excelentes condições oferecidas pelo Parque de Campismo de Oleiros levaram-nos, uma vez mais, a escolher aquela unidade como base logística. Quanto ao trajecto encerrava 5 subidas de relevo. Logo a abrir a passagem da Serra do Picoto Raínho. Após isso o cruzamento do rio Zêzere em quatro pontos, com a correspondente subida na margem oposta, mais concretamente para Ferreira do Zêzere, para Cernache do Bonjardim, para Graça - Pedrógão Grande e para Pedrógão Pequeno. Aqui chegados, enfrentaríamos a última e mais longa subida do dia: a Serra de Alvéolos.

Ficou assim concluído, com boas sensações, o último treino longo antes do Ironman. O trabalho está feito. Agora resta descansar, não fazer disparates e enfrentar o grande dia com confiança e com um plano alimentar coerente e efectivo. Sim, mesmo treinado da melhor forma, não se compete durante 10h seguidas a comer porcarias sem nexo!

A foto é da Rita Ramos

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Fim de semana competitivo... assim como que para espevitar o "motor" :-)

Cumprida a Milha Náutica (1.852m)
mais 100m decorrentes da minha má navegação
Este fim-de-semana foi rico em actividade desportiva e em competição.

No Sábado fui até Cascais participar no Swim Challenge. Pretendia fazer um treino de mar, com fato, antes do IronMan, e essa possibilidade era-me facultada através da participação na Milha Open, onde tive a companhia dos meus colegas de equipa Conde, Serôdio, Gonçalo e Barbosa. Antes disputou-se a Milha para atletas federados, onde o fato isotérmico não era permitido, na qual marcaram presença os meus filhos Gonçalo (9º absoluto e 2º Júnior) e Beatriz (39ª absoluta e 1ª Juvenil).


Fiquei satisfeito com o teste. Nadei dentro do meu nível, com o registo final apenas beliscado com a minha fraca navegação, especialmente durante a primeira das duas voltas do trajecto, que me fizeram percorrer mais 100m do que a distância da prova. No final 62º entre 139 nadadores, com um registo de 35'24".


O Domingo foi dedicado à corrida. Corrida do Tejo. Nesta matéria confesso a minha ingenuidade. Não tinha percebido o porquê da antecipação da prova de Outubro, quando se costumava realizar, para meados de Setembro. Hoje percebi: campanha eleitoral. Ter no palanque o actual Presidente da Câmara a dar a partida com a T-Shirt da sua campanha, ter a meio da prova um grupo da CDU empunhando bandeiras e ter ainda, algures, os do CDS, também em campanha, é a completa instrumentalização de uma prova desportiva. Triste!

Quanto à corrida não teve grande história. Ia para 3'50"/Km, corri para 3'48"/Km e, como previsto regressei ao Jamor a correr em jeito de treino. Foram perto de 20Km de corrida, num fim-de-semana em que descansei um pouco da bicicleta.

Faltam 3 semanas para o Iberman. O trabalho está feito. Agora é não o estragar e abordar a prova de forma correcta.

A quem interessar saber, vou nadar no meu nível sofrível - impossível fazer melhor, e andar de forma generosa na bicicleta de contra relógio com a qual farei a prova. Não serão as rampas de Mértola a preocupar-me sobre o tipo de bicicleta adequado ao percurso. Depois de com ela ter andado, sozinho, no pino do Verão, em plena Serra do Caldeirão não terei qualquer tipo de dúvida. Quanto à corrida, parece que será dura. A Maratona já é dura por si, nestas condições mais dura será. Portanto, o ritmo terá de ser generoso, mas nunca será rápido. Julgo que o grande segredo residirá na alimentação durante o evento, algo que tenho testado permanentemente. Vamos ver!

A foto é da Rita Ramos

domingo, 25 de agosto de 2013

Espremendo!

Na recta final das férias pude realizar alguns treinos naquele que é o meu local de eleição para este tipo de actividades. A zona da Sertã e a envolvente do Grande Pinhal Central constituem, na minha opinião, um dos melhores destinos para a realização deste tipo de actividade.

Na quinta-feira realizei um dos meus mais longos treinos de ciclismo dos últimos tempos, ligando a minha casa à Sertã, num total de 206 Km, com o vento de frente, percorridos em pouco menos de 7h, a média de 29,6 Km/h. Em parte do percurso, sensivelmente entre Santarém e Tomar tive a companhia do Paulo Conde, o que tornou o trajecto bem mais agradável.

Entre Sabugo e Loures o percurso é essencialmente a descer. Até ao Entroncamento rola-se, aqui e acolá com umas quantas subidas, como é o caso da ascensão a Santarém. A partir do Entroncamento começa o rompe-pernas, que vai tendo maior ênfase após Tomar e até Cernache do Bonjardim. Ali chegados, a coisa está feita e é um pulinho até à Sertã. Foi um excelente treino, apenas dois dias após uma volta de 140Km, com subida ao alto da Serra de Montejunto. Excelentes sensações.

Os dias seguintes na Sertã, foram preenchidos com natação, no Zêzere, e com uns treinos intensos de corrida, entre outro tipo de actividades. Para o dia final, Domingo, estava reservado mais um rompe-pernas. A opção recaiu desta vez pela zona Sul da Sertã, com a exploração da rede viária de Mação, a qual encerra também, excelentes opções para a prática do ciclismo. Aqui o terreno não é tão acidentado e já há mesmo longas rectas, com bom piso e quase sem tráfego.

Conto, antes do Ironman, voltar à região, para realizar mais um par de treinos, com os últimos retoques para o grande dia.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Portugal profundíssimo

Chegada ao topo da Serra do Caldeirão
As sessões de treino dos últimos dias têm tido como cenário o Algarve, mais concretamente a zona de Tavira. Agosto não é um bom mês para treinar desportos de resistência como o triatlo. E, uma zona que será, porventura, o principal destino de férias de muitos portugueses, poderá também não reunir as melhores condições. Pelo menos à primeira vista mas, como veremos adiante, não é bem assim.

A natação tem sido feita em águas abertas, claro, e sem fato. E, ao fim-de-semana, participação no circuito de mar algarvio . Sempre são entre 1200m  1500m com companhia e com a cenoura competitiva.

A corrida tem sidorealizada na zona de Santa Luzia e Tavira, de manhã cedo ou ao fim do dia, para evitar o calor. O Garmin serve de ajuda para medir o treino intervalado, à falta de uma pista.

Por fim o ciclismo. A região esconde boas alternativas à N125. A zona de Moncarrapacho, Estói, S. Brás de Alportel tem uma rede de estradas muito interessantes, com pouco trânsito e com piso de qualidade. Tem sido a minha opção, até porque têm algumas sombras, importantes nesta altura...

Hoje foi dia de um longo. O último longo deste ciclo. Saí de Tavira via Moncarrapacho, com destino a S. Brás de Alportel. A partir daqui apanhei a mítica estrada N2 (que sonho fazer na sua totalidade - de Chaves a Faro), Barranco do Velho e daí até Ameixial... quase a entrar no Baixo Alentejo.

Começava então o troço de ligação a Cachopo, feito por estradas municipais, algumas de piso novo e imaculado, outras com o pavimento mais usado. Uma montanha russa infernal, a visitar Corte do Ouro e Corte de João Marques. Foi durinho...

Após Cachopo, depois de uma valente subida, foi tempo de descer até Tavira. Infelizmente o guiador da Transition tem as pegas minimalistas, em carbono, pelo que o asfalto rugoso não permitiu grandes velocidades.

Trânsito, esse... Que trânsito? Acho que os dedos da mão deram para contar os carros com que me cruzei desde Ameixial...

Para os interessados, fica o registo do trajecto do meu Garmin.


A foto é minha, sacada no alto da Serra do Caldeirão.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Caminha em imagens

A semana que passou foi de regeneração e, também, de espreitar os Campeonatos Nacionais de Natação, que decorreram em Famalicão, com nota muito especial para o meu colega de clube Nuno Quintanilha, que arrecadou 6 títulos de campeão nacional (50, 100 e 200 Mariposa; 100 e 200 Bruços e 400 Estilos). A equipa de natação do clube obteve ainda o 5º lugar na Taça de Portugal com boas prestações dos seus nadadores, onde se incluem os meus filhos Gonçalo e Beatriz.

Assim, e porque durante a semana foram chovendo na Internet grandes imagens do Triatlo Longo de Caminha, julguei ser interessante partilhar aqui essas excelentes imagens, que concertam atletas, esforço e paisagem, numa sintonia perfeita.


Analisando a corrente na companhia do João Serôdio
Prestes a saltar para a água, desde o ferry
que nos levou até à zona de partida, no meio do rio Minho

Alcançando o João Serôdio, na primeira passagem, perto do topo da Serra d'Arga
Depois de alcançar o cimo da Serra d'Arga era altura de voltar cá para baixo
Agora só falta calçar os ténis e correr... Correr 21,4 Km...


A cerca de 6Km do final

No final: 2º classificado, partilhando o pódio com
o Campeão Nacional Paulo Margarido
Fotos de Rita Ramos, Organização e João Cruz

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dureza minhota

Não. Não vou a fumar um cigarro!!!
Vou mesmo a ingerir um gel, nos primeiros metros da corrida.
Decorreu ontem numa das pontas do nosso rectângulo -  Caminha, o Campeonato Nacional de Triatlo Longo - Agegroups.

Partia com grandes expectativas para esta prova. Um lugar no pódio, a piscar o olho ao mais alto deles. Contudo, aquele que tem sido o meu melhor segmento no triatlo - o ciclismo, ontem comprometeu decisivamente as minhas ambições, pois o desempenho foi bem aquém do que poderia esperar, sobretudo num percurso caracterizado por longas subidas que tanto aprecio.

A natação desenrolou-se em pleno Rio Minho, fronteira com Espanha. Fomos transportados para o centro do rio por um ferry-boat que liga, em carreira, os dois países. Saltámos do barco para a água e aguardámos cerca de cinco minutos pela partida.
O ferry Caminha que nos levou ao local de partida

Começámos então a perceber que a corrente do rio, ao contrário do que se supunha, não ajudaria a progressão. Estávamos a nadar sim, contra a corrente. Mesmo no final surgia a foz de outro rio. O Coura desagua no Minho e o percurso obrigava a que o atravessássemos. O Coura é um rio de menor dimensão, de água doce em vez de salgada como o Minho, mas com uma corrente forte que dificultava ainda mais os 100m finais, até ao cais que dava acesso ao Parque de Transição.

O segmento de ciclismo podia dividir-se em 4 sectores. Um sector de ligação de Caminha até ao início da subida da Serra de Arga. Um segundo sector que consistia na ascensão à serra e zona de planalto, com pavimento algo irregular. Em seguida, o terceiro sector, com a descida da serra, piso imaculado, a permitir velocidades na ordem dos 80Km/h. Por fim, um demolidor quarto sector, rompe-pernas, com piso irregular que dificultava a vida aos mais leves, com dificuldade em parar de saltar em cima da bicicleta.

Desde logo percebi que não seria o meu dia. As pernas não estavam frescas o suficiente para enfrentar as rampas de forma célere. Revelava alguma dificuldade em meter as cadências regulares que utilizo neste tipo de subidas e percebia que, desse modo, dificilmente alcançaria os meus adversários directos, que já me levavam algum avanço desde a natação. Apesar de tudo, as sensações melhoraram na segunda volta e permitiram-me recuperar cerca de duas dezenas de posições.

Os primeiros metros de corrida foram dolorosos mas rapidamente encontrei o meu ritmo. Contudo, o percurso era muito complicado nos primeiros e nos últimos 5Km. O piso era extremamente irregular: asfalto, madeira, calçada, terra batida, seixos rolados... havia de tudo num rompe pernas ingrato. Depois, o desejado alcatrão entre os 5Km e os 16Km onde uma vez mais consegui encaixar o meu ritmo e ganhar várias posições. Aliás, ninguém me ultrapassou durante o segmento de corrida.

Concluí a prova na 25ª posição da geral sendo o segundo do meu escalão, portanto, Vice-Campeão Nacional de Triatlo Longo [45-49], atrás do madeirense Paulo Margarido que esteve imbatível no dia de ontem - Parabéns! Fico um pouco desiludido por saber-me mais competente num segmento de ciclismo com aquelas características mas, ontem não fui mesmo capaz de melhor.

Numa prova que marcava a sua primeira edição, destaque especial para o apoio, espectacular e pouco comum entre nós, do público que em Moledo e Vila Praia de Âncora acompanhava o segmento de corrida. Alguns aspectos a melhorar e pode ter nascido uma prova mítica da longa distância em Portugal: pela beleza natural do local, pela hospitalidade minhota, pela dureza marcante do traçado.

As fotos são da organização e de Rui Taxa. Em breve conto ilustrar o post com as da Rita Ramos

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Quente e intenso!

Com António Calafate. Falta o Gary Blesson
Quente e intenso podia ser o título de algo que estareis a pensar! Mas não... nada do que imaginam! Foram antes as características de mais um fim-de-semana dedicado ao Triatlo.

No Sábado marquei presença naquela que, talvez seja a minha prova preferida na distância Sprint: o Triatlo de Pedrógão Grande. Natação, sem fato, junto ao paredão da barragem do Cabril, cumprida dentro do habitual mas, mesmo assim, retirando 45" ao registo do ano passado. Depois, o segmento de ciclismo, duro, que caracteriza aquela prova, com a subida desde a barragem à vila a fazer-se por 4 vezes. Por fim a corrida, onde o calor apresentou a factura, impedindo-me de correr melhor - fi-lo na casa dos 3'57"/Km.

O registo final alcançado - 1h16'23", foi apenas 4" mais lento do que o obtido no ano passado, então num dia mais ventoso mas claramente mais fresco. A posição no escalão foi a mesma - 2º, tendo perdido exactamente com quem perdi o ano passado - António Calafate.

E no Domingo...

O dia seguinte estava reservado para mais um treino longo de ciclismo, aproveitando a deslocação e a proximidade, para ficar em Oleiros, naquilo que mais parece o Centro de Estágio do CN CVG.

Partida às 7h30', aproveitando a frescura da manhã, com destino à Sertã e daí a Palhais. A primeira grande dificuldade do dia levou-nos de um dos braços do Zêzere até Cernache do Bonjardim, local de onde rumámos a Dornes. Feito o retorno, mais uma parede. Desta feita após a Ponte de Vale da Ursa, com destino a Porto dos Fusos.

Por estradas imaculadas alcançámos Pedrógão Pequeno, na margem oposta da localidade onde na véspera havíamos competido. A partir daqui foi, literalmente, serra acima. Mais de duas dezenas de quilómetros a subir, sem carros, sem localidades, sem gente... Só nós e o céu a aproximar-se. O calor apertava e chegava perto dos 40C, mas consegui fazer uma boa gestão da nutrição e hidratação...

Ainda deu para nos refrescarmos nas fontes antes de descermos até Oleiros onde acabámos com as pernas de molho, no Açude do Pinto... Em suma, mais um excelente treino, com companhia de excelência, com vista ao Iberman.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

São Pedro da Cadeira

Praia da Assenta, in http://historiapatrimonio.blogspot.pt
São Pedro da Cadeira é uma localidade e freguesia do concelho de Torres Vedras.

É uma localidade que aqui destaco, devido ao seu nome interessante, do qual não consegui encontrar a origem. Apenas que se trata de uma paróquia que remonta ao século XIV... Mas, destaco também, de forma simbólica. Sendo uma freguesia confinante com o concelho de Mafra, alberga estradas que muito gosto de utilizar nos meus treinos de ciclismo. É a vantagem de morar na zona norte do concelho de Sintra: Mafra e Torres Vedras estão relativamente próximos, com uma rede viária vasta e de menor tráfego.

Ontem, uma vez mais fui pedalar para aqueles lados. O destino inicial era a praia de Areia Branca, na Lourinhã, mas acabámos por nos deter em Santa Cruz, beber um café e regressar pela Ericeira. Foram mais 115Km para o "saco de quilómetros", que tanto jeito me dará no Ironman agendado para 05 de Outubro.

A ida e volta a Peniche - que rondará os 200Km, continua nos planos e será concretizada brevemente.

A semana que hoje entra será para regenerar das três anteriores, todas elas bem durinhas, com treinos longos na bicicleta, na corrida, mas também, com exigência na natação.

Proximamente, irei competir em Pedrógão Grande - talvez o meu triatlo sprint preferido, e, depois, em Caminha, novamente na distância Half Ironman (1,9Km; 90Km; 21Km).




segunda-feira, 10 de junho de 2013

Triatlo de Oeiras

A recuperar mais umas posições na corrida final
Ontem foi dia de Triatlo em Oeiras. Já fui muito feliz em Oeiras, mas ontem não se pode dizer que tenha sido um desses dias.

uma vez mais a natação a comprometer o resultado final. Senti-me muito confortável, apesar dos 15ºC da água mas, a corrente afastou-me da melhor trajectória e acabei com 912m nadados, em vez dos 750m previstos. Só aí estarão uns 2' a mais...

No ciclismo, a fundo, até conseguir juntar um grupo de várias unidades, entre os quais os meus colegas de equipa João Serôdio e Paulo Conde. O grupo cresceu, as preocupações estratégicas sobrevieram e poucos quiseram dar o peito ao vento.

Babando...


Corrida final a bom ritmo e com facilidade, mostrando que o treino está lá. no final, nada digno de grande registo: 88 da geral e 6 do escalão.

Fica ainda um abraço para o meu amigo Paulo Lamego. Depois de uma lesão no tendão de Aquiles o ter impedido de estar em Oeiras, uma mancha de gasóleo no pavimento atirou-o para o chão enquanto treinava ciclismo e a clavícula não gostou do impacto... Votos de rápidas melhoras.

Foto do João Luís Serôdio e Vitor Bastos

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Tomar café em Areia Branca


A região Oeste está na rota dos meus treinos longos de ciclismo de preparação para o Iberman. Ontem foi mais um desses dias e o destino foi a praia de Areia Branca, ali para os lados da Lourinhã.

Esta é uma zona do país que conheço mal, apesar da proximidade. Vá-se lá perceber porquê... Desta vez optámos por realizar o caminho de ida pela EN 247 - via Ericeira, até chegarmos a Santa Cruz. Daí rumámos à Lourinhã e, um nadinha à frente estávamos a tomar um café, com vista para o Oceano.

No regresso fizemos uma má opção de trajecto. Deslocámo-nos para Este para depois tornar a Oeste sem ganhar distância para Sul, que era o nosso objectivo. Acabámos por passar em A-dos-Cunhados e voltar a Santa Cruz.

A partir daí rumámos a S. Pedro da Cadeira e Picanceira. Sempre a subir até atingirmos Mafra. Faltavam ainda as simpáticas subidas de Cheleiros e Sabugo para acabar de moer as pernas.

A gestão nutricional foi prejudicada pelo acrescento de quilómetros, pelo que terminei algo desgastado. A vontade de continuar a explorar as estradas do Oeste litoral continua. Peniche será o próximo destino para ir tomar café e, eventualmente, o limite para uma viagem de ida e volta em bicicleta. Ou quem sabe, Caldas da Rainha. A ver vamos.

Este era um fim-de-semana no qual havia previsto, há longos meses atrás, estar em Belfort - França, na disputa do Campeonato do Mundo de Triatlo Longo. Até tinha hotel marcado! Tal não foi possível. Em grande parte, essa dificuldade decorreu das condições de participação e dos critérios de qualificação impostos pela Federação de Triatlo de Portugal, assunto sobre o qual oportunamente escrevi aqui.

O ano passado, em Vitoria, a representação nacional de Agegroups teve cerca de 80 atletas - a mais numerosa representação nacional de sempre. Este ano, em Belfort teve 5. Factos...

Volvidos menos de seis meses constato, com tristeza, que tinha razão.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Regenerando


Naquela que foi  semana de regeneração do mesociclo do Triatlo de S. Jacinto, nem por isso deixou de haver um treino longo de ciclismo. Desta vez, por caminhos inabituais. O destino Setúbal onde, depois dos 106 Km de ciclismo, tivemos oportunidade de nos desafiar nas máquinas de remo do ginásio da CBSS, entre outras actividades.

Com saída de Sabugo, em Sintra, o percurso prometia não ter subidas dignas desse nome, sendo recheado de longas rectas. Só o vento, que soprava forte, podia constituir obstáculo.

Assim foi, sem novidade. Essencialmente a descer até Loures. A partir daí essencialmente plano. Em Alverca o João Serôdio esperava-nos e seguimos, em toada tranquila, até Vila Franca de Xira, onde cruzámos o Tejo. Entrávamos então na zona a que um tipo, na altura ministro, apelidou de "Deserto".

Ora bem, fizemos a conhecida recta do Cabo, até Porto Alto - 10 Km em recta, virando depois à direita, para outra infindável recta, na EN 118 - 15 Km em recta. Posto isto, Alcochete, Montijo, Pinhal Novo, Palmela e Setúbal, onde chegámos após 106 Km, percorridos em 3h17'.
Uma grande dupla da Ginástica Acrobática nacional...

Seguiram-se as competições de remo in-door. Apesar de ter melhorado o meu tempo nos 2.000 m em pouco mais de 3', acabei por voltar a perder com o meu adversário directo - o João Lourenço. É o que faz pôr-me a competir com tipos fortes, com mais de 190 cm...

Chega agora o tempo de voltar a bombar, com o objectivo focado no Campeonato Nacional de Triatlo Longo - Grupos de Idade, que se disputará em Caminha, em meados de Julho. Pelo caminho competirei nos Triatlos de Oeiras e de Pedrógão Grande.

Foto da Rita Ramos ilustrando uma brincadeira gímnica com a Mariana Barbosa

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Há dias assim: Fantásticos!

No pódio com o Miguel Fragoso e Paulo Margarido
Ontem, S. Jacinto - Aveiro, recebeu mais uma etapa do Campeonato Nacional de Triatlo Longo. Foi a terceira da presente temporada, mas apenas a primeira em que participei.


São Jacinto localiza-se no extremo da península que se estende desde Ovar, limitada a poente pelo oceano Atlântico e a nascente por um dos braços da ria de Aveiro, onde se realizou o segmento de natação. É um local bastante aprazível e um cenário fantástico para esta prova que cresce de popularidade ano após ano, especialmente junto dos atletas espanhóis - pena a FTP ter decidido duplicar o preço da inscrição.

Ia especialmente motivado para S. Jacinto devido às boas sensações recentes, tanto na bicicleta, como na pista de atletismo. Mesmo assim as coisas não começaram bem. Na água, tranquilo e sem grande esforço, mas também sem velocidade e, diz o meu Garmin, com mais 220m nadados - quem me manda andar ao esses! Logo aí fiquei com um atraso considerável relativamente aos meus principais adversários do escalão e também, com menos margem para o almejado registo final abaixo das 4h30'.
Segmento de ciclismo feito a fundo, em busca dos minutos perdidos na água

Esse atraso fez-me, desde logo, dar o meu melhor em cima da bicicleta, bem encaixado, a retirar os benefícios do bike fit que fiz há poucos meses com a CAFPT. As sensações eram muito boas e ia ganhando posições sucessivamente. Quando nos retornos me cruzava com os meus adversários, lá ia controlando o nosso posicionamento relativo. As coisas não estavam fáceis. Havia pelo menos seis dos mais fortes à minha frente, alguns com cerca de 7' de avanço...

Mesmo assim, consegui, ao longo dos 90Km de ciclismo, alcançar e ultrapassar alguns deles e ganhar terreno para os restantes. Entrei no Parque de Transição com um registo de 2h22' para os 90Km de ciclismo, cerca de 3' mais rápido daquilo que havia projectado inicialmente.

Chegava o momento da verdade, altura de checar as pernas e perceber como estariam elas para enfrentar os 21Km que faltavam. E as sensações foram perfeitas. Nos primeiros 10 Km, apenas num deles corri acima de 4'00/Km, para além de uma paragem para um xixi estratégico que me terá custado uns 30".

Alcancei o Rui Ferreira e chegava assim à segunda posição do escalão. À minha frente apenas o Miguel Fragoso com cerca de 3' de vantagem. Sabia que teria de estar muito bem e ele passar por algumas dificuldades, para que fosse possível alcançá-lo. A cerca de 5 Km do fim percebi que tal não iria acontecer e, como tal, limitei-me a manter o ritmo o mais vivo possível, para descolar o espanhol que me acompanhou durante boa parte do percurso e, também, para registar a minha melhor marca de sempre na distância.

Passados poucos minutos lá me esperava o pórtico de meta. Registava o tempo final de 4h24'04", que passa a ser o meu melhor na distância. Alcançava também o segundo lugar no escalão V2. Mas havia mais boas notícias, algumas das quais só me apercebi pouco depois. Era o 13º da geral e registava o terceiro melhor segmento de ciclismo do dia - o melhor de entre todos os atletas nacionais.

Chegava o tempo do merecido descanso. Tempo para fazer o tratamento às onze (!!!) feridas de cortes e/ou bolhas que tinha nos pés - foi o meu último half a correr sem meias, mais a massagem de recuperação, a cerimónia de pódio e o
almoço na companhia dos magníficos companheiros de equipa do CNCVG, que tornam estas andanças momentos ainda mais fantásticos: Paulo Lamego, Paulo Conde, João Lourenço, João Serôdio, Pedro Machado e Rita Ramos - o Miguel zarpou mais cedo.

Conto actualizar o post com fotos em competição, logo que tenha as mesmas disponíveis.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Extremo!

 pouco antes da saída,
junto aos maravilhosos bungalows do Parque de Campismo de Oleiros - um must!
No passado Domingo fiz um dos mais duros treinos de ciclismo em estrada de que tenho memória.

Com base em Oleiros, saímos com destino à Sertã numa estrada nova, a estrear, ainda com alguns troços inacabados. Um sobe e desce permanente onde predominavam os troços a descer. A partir da Sertã tomámos a mítica N2 - a estrada que liga longitudinalmente Chaves a Faro, com destino a Pedrógão Grande. O rompe pernas foi também uma constante mas, desta feita, essencialmente a subir.
Já numa das últimas subidas do dia,
perto de Unhais-o-Velho

O destino seguinte era Góis, alcançado também pela N2, depois da primeira subida longa do dia - com cerca de 10Km, a que correspondeu uma brutal descida, por uma estrada muito sinuosa, de curva e contra curva mas onde raramente era necessário tocar nos travões. Soberbo! Chegados a Góis rumámos a Arganil,  num falso plano que o calor forte tornava mais difícil, localidade esta onde nos detivemos para comer e comprar água.

Estávamos então no sopé da Serra do Açôr que iríamos começar a subir a partir de Folques. A íngreme estrada, que em tempos constituía o segmento de ciclismo do Triatlo de Cepos, levava-nos encosta acima, com passagem em Torrozelas - terra natal da minha bisavó Assunção, com vista para, na encosta oposta, Monte Redondo, também terra natal do meu avô Baptista.


Chegados ao topo cometeríamos um erro de navegação que nos faria perder mais de 30', cerca de 10Km e que acabaria por nos comprometer o sucesso no trajecto. Esperavam-nos estreitas e íngremes estradas de montanha, com passagens no fundo de vales, dos quais tínhamos de arrancar as nossas bicicletas à custa de muito esforço. Os andamentos 39X23 eram, definitivamente, curtos para tanta inclinação, mais propícia a máquinas de BTT. Contudo, acabaríamos por levar de vencidas todas estas rampas até alcançarmos Unhais-o-Velho.

Foi aqui que, algo desapontados, decidimos abortar a jornada. Estávamos a cerca de 40Km do destino, era tarde e já não tínhamos comida. Mesmo pesando o facto de cerca de 75% do percurso ser a descer de forma muito generosa, mandou o bom-senso arrumar as bicicletas no carro e regressar por este meio.
É mesmo montanha... o esplendor da Serra do Açôr

Foi uma pena não termos concluído este troço final, mas há que saber reconhecer quando a montanha é mais forte que nós.

Foi também um dia em que a electrónica me virou costas. Os dois GPS que levei decidiram não colaborar. O etrex HTC não me mostrava o track - a indicação do caminho a percorrer definido previamente. O 910Xt ficou cego e não via satélites, motivo pelo qual não permitia a navegação nem registava outros dados que não tempo e frequência cardíaca.

Mesmo assim, um excelente treino de quase 10h de ciclismo na companhia, excelente, do Barbosa, Conde, Serôdio, David e Isabel - estes dois quem afinal devem ter desfrutado mais, graças ao sábio by-pass que efectuaram, pouco depois de Pedrógão Grande.

Fotos da Rita Ramos