domingo, 7 de junho de 2015

Sempre gostei de biomecânica

A posição sobre a bicicleta já depois dos ajustamentos
Já no secundário gostava de Física. Esse gosto permaneceu na Faculdade, nas aulas de Biomecânica, mas acabei por vir a não desenvolver qualquer actividade que lhe estivesse próxima.

Agora, com o interesse pelo ciclismo a coisa voltou a despertar, mais ainda com o gosto pela longa distância e pelas posições de contra-relógio que temos de manter por longas horas num jogo entre o desempenho e o conforto.

Já conhecia o sistema Retül há uns anos mas, apenas ontem, tive oportunidade de realizar um bikefit com recurso ao mesmo, através da empresa Biketreino. E, que dizer? Só posso dizer que se o conhecimento do sistema já me havia deixado entusiasmado há uns tempos atrás, poder utilizá-lo deixou-me perfeitamente fascinado.

Como funciona?
O sistema Retül é considerado um dos mais avançados sistemas de avaliação biomecânica disponível no mundo. Funciona através de sensores de infra-vermelhos para captura de dados, que fazem a leitura do posicionamento do ciclista a cada 2.1 milesegundo, ou seja, 476 vezes por segundo, com margem de erro menor que 1 grau e 1 mm. Assim, a ferramenta cria dados cientificamente objectivos que podem ser utilizados pelo avaliador para um ajuste biomecânico perfeito.

Claro que depois, por detrás do equipamento está o avaliador com o seu conhecimento. Olhando para os dados conseguirá sugerir as melhores alterações para levar os valores para os padrões ideais.

E precisamos nós de gastar dinheiro numa coisa destas?
Sem dúvida que sim. Independentemente do nível de atleta que tivermos, não só nos permite melhorar o nosso rendimento, como o conforto e, ainda, evita a adopção de posições menos correctas sobre a bicicleta que poderão vir a provocar algum tipo de lesão. E nisto das bicicletas gasta-se tanto dinheiro no material, porque não gastar de forma a podermos tirar o máximo rendimento do bom material que temos?

E que experiência?
Pessoalmente, há anos que utilizava a mesma configuração na minha bicicleta de estrada tradicional. Estava seguro de que a posição era boa, cómoda e me permitia uma boa performance. Mas o sistema, totalmente informatizado, mostrou o contrário.

Os homens da Biketreino fizeram-me alguns ajustamentos nos cleats, no avanço e nas manetas e a minha posição sobre a bicicleta, como que por magia, alterou-se para algo muito mais cómodo.

Em suma, recomendo vivamente e agora.... estou mesmo ansioso é por poder experimentar na estrada.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Que tratamento, senhores!

Cruzando a meta em modo cadáver!
Tinha planeado fazer outro Ironman este ano. Mais concretamente seria o Northwest Triman, na Galiza, no final do mês de Junho. Como preparação tinha algumas provas agendadas até lá e o Half de Sevilha era uma delas. Assim, mesmo depois de riscar o Northwest da agenda e com os níveis de preparação em "serviços mínimos" rumei a Sevilha no passado fim-de-semana.

Nada se consegue sem trabalho e a performance desportiva não foge à regra. Sevilha foi bem exemplo disso mesmo.

Um segmento de natação comprido (o meu Garmin mediu 2160m em vez dos previstos 1900m), sem fato e na água doce do Guadalquivir, com muito contacto físico e paragens nas duas primeiras bóias. Cumpri a distância em 40' Havia apontado algo na casa dos 37' para 1900m pelo que não foi assim tão mau.

Primeiros instantes do segmento de ciclismo para me hidratar, alimentar e entrar no meu ritmo. O percurso fazia lembrar o nosso Alentejo que de plano não tem nada. Um percurso ondulado, com subidas em potência e descidas pouco acentuadas onde também se pedalava vigorosamente. Acresciam duas dificuldades: o muito calor andaluz que se fazia sentir à hora da "siesta" e o vento.

O pouco treino não me permite estar consistente. Portanto, o ritmo que impus desde início ia deixando mossa. O vento, esse, não dava tréguas. Apenas o apanhámos de costas em três troços do percurso: inicialmente, num troço plano, onde fiz 46 Km/h de média; depois na descida mais acentuada do percurso onde de nada contribuiu; por fim, na última subida do dia. Os últimos 20Km, no regresso a Sevilha foram sempre feitos com vento frontal e já com bastante desconforto.

Pelo meio um dissabor. Um penalidade aplicada por, alegadamente, ir na roda de outro atleta. Ultrapassei dois atletas, numa subida, deixei-os para trás e o árbitro conseguiu ver que eu ia na roda.. Enfim, sempre tive 5' para recuperar na Penalty Box antes de começar a correr, mas foi algo que me custou, pois faço os impossíveis para não andar na roda de ninguém e sou crítico relativamente àqueles que o fazem.

Correr? Se a trotar sem parar durante duas horas chamarmos correr, então corri. Não existem milagres, e com apenas 17,3 Km de corrida feitos no mês de Maio seria de esperar que eles não estivessem para acontecer em Sevilha...

Portanto, foi correr de forma ininterrupta, aproveitando os abastecimentos e gerindo a frustração de todos me ultrapassarem naquele que costuma ser um dos meus melhores segmentos. Enfim. faz parte!

 

Fiz 208º da geral, 18º do escalão (45-49). Obtive o 292º tempo da natação, o 81º registo no ciclismo e fiz o 376º registo da corrida. Chegaram 464 atletas.

Estreei em competição um boné de corrida da Mission. Com uma banda de microfibras que arrefecem em contacto com a água/suor, foi um precioso auxiliar para me manter fresco durante a corrida.

Um obrigado especial aos meus companheiros de viagem Lamego, Machado, Ana Teresa e Sérgio que me suportaram durante o empeno. :-)

Agora é mesmo preciso sarar de vez a maleita. Até lá... vou nadar!

Nota final para a organização do evento: Excelente. Sem dúvida a repetir.