domingo, 12 de outubro de 2014

SkyRoad

Fauna local
Sábado, 11 de Outubro era a data da terceira edição do SkyRoad. Esta prova, que teve a sua primeira edição em 2012, marcou um novo rumo no panorama dos eventos de "ciclismo para todos" em Portugal. A base do evento é a de proporcionar a todos os atletas a experiência de viver as sensações de participar numa grande etapa de montanha, pedalando ao seu próprio ritmo durante toda a extensão do percurso, cronometrando o seu tempo com o recurso a chips electrónicos, enquadrados por uma logística à altura dum grande evento de ciclismo.

E se estes eram os objectivos que presidiram à criação do SkyRoad, posso garantir que foram alcançados. Trata-se de um evento excelente, onde damos por bem empregue cada euro que gastamos na nossa participação. Parabéns aos mentores.

Foi a minha segunda participação em três edições. Este ano tinha o meu foco no Triatlo Titan, pelo que não tinha equacionado participar. Assim, só me inscrevi mesmo no limite do prazo e abordei o evento após duas semanas de completa balda, no que ao treino diz respeito. A minha expectativa era apenas a de cumprir os duros 170Km (c/ 4000m d+) desfrutando ao máximo aquele enquadramento.

Pelas 8h00 iniciava-se a prova, com saída da Lousã em direcção a Góis em permanente sobe e desce. Em Góis, ganhámos um novo companheiro de viagem: o rio Ceira. Foi na sua margem, ora subindo, ora descendo, que andámos mais de 20Km. Deixar o Ceira significou enfrentar a primeira subida longa do dia, em Carvalhal do Sapo (2ª categoria, 8,4Km, 7% de declive médio).

Os quilómetros seguintes foram feitos também em sobe e desce, no alto, passando pela barragem de Santa Luzia, com passagem na curta mas muito empinada subida de Vale Grande, descendo depois para a Pampilhosa da Serra.

A saída da Pampilhosa marcava o troço de maior inclinação de todo o percurso com 18,5%  no seu final, em calçada, mas, chegados ao topo, tínhamos uma estrada muito rápida até ao Rio Unhais. As pernas começavam a dar-me sinais negativos e daí até Castanheira de Pêra passaria um mau bocado.


Faltava uma subida tranquila de 2ª categoria, com 12,7Km a 4%  e a descida final de 18Km até à Lousã. As dores nas pernas eram fortes, pelo que tinha de gerir bem a ascensão final. Alimentei-me, coloquei um passo certo e mesmo sem conseguir andar rápido, lá consegui um ritmo satisfatório. Estava no topo. Faltavam então 18Km para a meta, sempre a descer em estrada sinuosa, onde se anda entre 40/50 Km/h. Uma estrada com o vale, à esquerda, e com o barranco à direita.

Contudo, a descida marcaria o facto mais espectacular do dia. Quando me aproximava de outro ciclista com o intuíto de o ultrapassar oiço um restolhar à minha esquerda e, de repente, surge um veado, de enormes hastes, a correr, cruzando a estrada mesmo à nossa frente. A cerca de 5m de mim, mas a menos de 1m do outro ciclista.

Como não houve incidentes, pode-se dizer que foi um acontecimento único e espectacular que ficará sempre gravado na memórida SkyRoad 3. Mas se tivesse havido impacto... O bicho era bem grande! Se dúvidas houvesse... há veados na Lousã. :-)

A foto foi retirada de um site da Internet.