quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sevilha... Também por um canudo!

Depois de ter desistido da minha participação no Campeonato do Mundo de Triatlo Longo, que se disputará em Belfort, em Junho próximo, afigura-se uma nova alteração de planos. Desta vez, é a participação na Maratona de Sevilha que está seriamente comprometida. 

Os isquiotibiais fraquejaram e impedem o treino de qualidade que a participação numa maratona exige. Fiz reforço muscular, flexibilidade e a lesão até surgiu na semana de regeneração, portanto, com menos carga. Ainda não percebi porque diabo surgiu. Terá sido das sapatilhas? Apesar de pouco uso, possuem demasiado amortecimento para o meu gosto, pelo que só as utilizo nos treinos mais longos. É uma hipótese!

Mesmo que recupere a tempo de participar, hipotequei nestas duas semanas qualquer ambição de uma marca de qualidade. Tenho corrido, mas com intensidades baixas e moderadas. Tenho tentado compensar os treinos de qualidade na bicicleta de spinning e tenho nadado. Mas não é a mesma coisa.

De qualquer forma irei a Sevilha. Fazer o quê é que ainda não decidi. Muito provavelmente poderei servir de lebre ao Ricardo Silva ou ao João Lourenço durante parte da prova. Na pior das hipóteses ficarei à beira da estrada, de máquina fotográfica em punho.

Tenho de compensar estas sucessivas alterações de planos. Quem sabe um IronMan poderá saciar o desejo de competir nas distâncias longas e constituir o mote para retomar o treino depois de recuperado? Seria também o cumprir de um dos meus objectivos a médio prazo, que estabeleci no ano passado. A ver vamos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Belford por um canudo...

Depois de, no ano passado, ter concluído a prova do Campeonato do Mundo de Triatlo Longo, desde logo combinei com os meus parceiros de viagem - Conde, Lamego e Santos, irmos a Belford, em França, no ano de 2013. Será mais um campeonato do Mundo em solo Europeu e, por isso, mais acessível no que respeita a questões logísticas e custos de viagem.

O Hotel estava já reservado mas, conhecidas as normas de participação definidas pela FTP, o cancelamento dessa reserva foi a alternativa que, tristemente, escolhemos.

A participação nestes eventos cinge-se a 20 atletas por nação em cada grupo de idade. Há por isso necessidade de estabelecer um critério e foi isso que a FTP fez, e bem, desde logo.

Contudo, o critério definido, parece-me completamente desajustado. Se não, vejamos:

Há apenas uma prova de qualificação - o Triatlo Longo de Lisboa, que tem um custo elevado - €150,00, e que se disputa cerca de um mês antes da prova francesa.
Existe assim a obrigatoriedade de participar naquela que é a prova mais cara do Campeonato Nacional Longo, numa altura - Maio, em que toda a logística e reservas de alojamento e avião terão de estar concretizadas, com o risco de, um simples furo nos afastar da prova lisboeta e, consequentemente, do Campeonato do  Mundo, cuja inscrição também já teríamos pago. Do meu ponto de vista é uma medida, não só injusta, como demasiado arriscada. Por isso, com grande pena minha, estou fora.

Ainda no âmbito do Triatlo Longo, algo que também me custa a entender é a política seguida nas provas do Campeonato Nacional de Triatlo Longo. Este ano, com um novo figurino: 4 provas, das quais contam as melhores 3 classificações. S. Jacinto, em Aveiro, Madeira, Açores e o Triatlo de Lisboa. Sem dúvida, cenários fantásticos e provas apetecíveis e um modelo interessante.

Mas, olhando o exemplo da prova aveirense, verificamos um aumento no valor de inscrição de 100%. Sim, 100%, não é gralha alguma. Em 2012, participar nesta prova custava €25,00, este ano custará €50,00. Estaremos a assistir a uma gasparização, também no Triatlo? Espero, em breve, poder entender o porquê desta medida na nova Direcção federativa. É que até ao momento ninguém ma conseguiu explicar.


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A penúltima prova de preparação do ciclo

O passado Domingo foi dia para mais uma prova preparatória para a Maratona de Sevilha. Desta feita, o Campeonato Nacional de Estrada que, este ano se disputou nas ruas de Lisboa, entre o Jardim Zoológico e a estação de Benfica.

Sendo eu de uma modalidade como o Triatlo, que prima pelas suas organizações, custa-me que aquela que devia ser das mais nobres provas do calendário de atletismo seja pouco cuidada. Fazer um dos retornos a ter que pular o lancil separador das duas faixas de rodagem, parece-me inqualificável. Também a animação, que devia presidir a uma prova com estas características, a qual contava com os melhoras atletas nacionais, devia ser uma preocupação da organização. Mas não foi.

O meu desempenho foi dentro daquilo que esperava e constituiu um bom indicador para a fase de preparação em que me encontro. Fiz um trote anterior, de cerca de 7Km e, depois, a prova. A partir dos 30' de competição e até final foi quando me senti melhor, tendo chegado a rodar em 3'30"/Km.

No final, um registo de 55'53" que deu para o 17º lugar (5º do escalão), classificação esta que excluía os atletas participantes no Campeonato Nacional de Estrada. Há um ano atrás, em Benavente, havia corrido cerca de 2' mais depressa. Mas, foi outro dia, noutro percurso. As sensações, essas, foram boas.

Estou a pouco menos de 6 semanas do objectivo. As próximas duas serão de grande carga, para depois, ir aliviando até ao dia D. Farei apenas mais uma competição, que será nos 20Km de Cascais, prova na qual testarei o andamento muito perto do ritmo de competição na Maratona, o qual espero que possa encaixar perto dos 3'45"/Km. A ver vamos...


Foto da Rita Ramos... "As máquinas do lado de fora da linha" :-), na companhia de um grupo de atletas do Oeiras Sport Clube.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Comparativo de S. Silvestres - Lisboa vs Amadora

Passagem no Saldanha - S.S. de Lisboa
As corridas de estrada de fim de ano, denominadas S. Silvestres, estão decididamente na moda. Deixo aqui um comparativo daquelas que já tive oportunidade de experimentar, mesmo sabendo da dificuldades desta comparação e de poder ser injusto na minha apreciação.


A S. Silvestre da Amadora conheceu a sua 38ª edição no passado dia 31. A de Lisboa é uma corrida jovem, com apenas 5 anos de existência. Logo aí, as diferenças são significativas e a comparação arriscada.

O cenário
Neste capítulo não há comparações. A beleza monumental da Baixa Pombalina de um lado, os arruamentos de uma cidade de subúrbio, por outro. Com as iluminações de Natal, mesmo mais pobres este ano, Lisboa fica a ganhar. A imagem de milhares de atletas a preencher a Avenida da Liberdade é avassaladora.

O percurso
Lisboa apresenta um percurso mais plano (145m de desnível positivo acumulado, contra os 239m da prova da Amadora. O circuito é também mais recto, o que torna a prova mais rápida. O piso degradado na R. do Arsenal é um aspecto a melhorar na prova lisboeta. Vale que não serão mais de 300m nestas condições.
Na Amadora, as dificuldades de um desnível acumulado superior, são acrescidas pelo sobe e desce constante e pelo percurso muito sinuoso. É um traçado bem exigente repleto de público entusiástico.

A organização
Neste capítulo a São Silvestre de Lisboa não dá hipótese. Desde o site, passando pela organização da zona de partida, comunicação, qualidade da T-Shirt técnica oferecida, a prova lisboeta é muito superior.
Na Amadora reina alguma desorganização na zona de partida. Assistimos a diversos atletas entrando pela parte da frente da linha de partida, não respeitando aqueles que já aguardavam, no seu lugar, há muito tempo. Se nos Elites é mesmo assim, choca-me ver indivíduos jurássicos, com cerca de 250 anos de idade, a acotovelar os restantes para sair na frente da corrida, para assim terem mais possibilidades de ganhar o prémio monetário destinado ao seu escalão etário, com a complacência da Organização.


A cortar a linha de chegada na S.S. da Amadora
O carisma
Aqui fala mais alto a idade da prova. Amadora, sem dúvida, que há muito se habituou a ver os melhores do atletismo nacional a correr à porta de casa. Conta ainda o facto da corrida se disputar numa zona residencial, ao invés da despovoada Baixa Pombalina. E mesmo com muita chuva, muitos são os que não se fazem rogados e saem à rua para apoiar os atletas que passam.
No meio dos incentivos nota também para alguns piropos, de mau gosto, próprios de gente pouco educada e com nenhuma formação desportiva. Infelizmente, com os governantes bacocos que vamos tendo e com as políticas educativas que implementam, julgo que não melhoraremos neste aspecto nas próximas décadas.

Em suma, duas provas em que gosto de alinhar, sendo que o ambiente criado pelo público na Amadora é algo difícil de igualar em Portugal.

Para a história o registo dos resultados. em Lisboa, 37'08", numa prova que, por lapso meu, apenas saí da zona Sub 50, com milhares de atletas à minha frente. Na Amadora corri em 37'08", ficando a apenas um lugar do cheque do Continente, que premiava o Top 10 do Escalão. Dois bons indicadores relativamente à preparação para Sevilha.

Fotos da Atletismo Magazine Modalidades Amadoras e do Vasco Soares.