Foi na cidade de Sevilha, num dia frio, que cumpri a minha sexta Maratona.
O ano passado tinha feito apenas 25Kms desta mesma prova, em jeito de treino longo, que com o regresso ao hotel deu qualquer coisa como 31Km. Desde logo fiquei convencido pelos excelentes argumentos organizativos e pela proximidade da prova. Assim, este ano decidi ir até lá, para a correr na íntegra.
As coisas foram bem até à S. Silvestre da Amadora. Desde então, uma dor aguda na nádega vinha condicionando a minha preparação. Não só limitava o volume, como também os níveis de intensidade que consegui suportar. As dores nem sempre eram bem localizadas. Ora nos adutores, ora nos isqueotibiais. Só tardiamente percebi o porquê desta situação e qual efectivamente a lesão: uma contractura no piramidal da bacia. Foram assim condicionadas 6 importantes semanas da preparação, o que desde logo afastava a possibilidade de tentar um recorde pessoal.
Assim, fiz-me à prova na expectativa de a terminar. Pensei que uma marca na casa dos 2h45'/50' seria possível.
Nos primeiros 10Kms senti-me muito bem. Solto, sem dores, com facilidade a correr na casa dos 3'45"/Km. Passava com 38'50", o que atendendo a um primeiro quilómetro lento configurava um regime bem aceitável.
Contudo o pior estava para vir. À passagem do Km15, a "minha" dor muscular dava os primeiros sinais. Ao Km 22 começava a ser intolerável e o ritmo começa a cair. Perdi o grupo onde seguia. E mais outro e mais outro...
As dores musculares apertavam. Não só aquela que já estava habituado e que diminuía de intensidade com a redução do ritmo, mas também nos gémeos da perna contrária, seguramente fruto das compensações que ia fazendo. Foram pois 17Kms finais de sofrimento, para terminar com o registo de 2h58'14", o meu pior registo de sempre na distância.
Agora, há que recuperar das mazelas musculares e apontar as baterias para outro desafio da época: o Campeonato da Europa de Triatlo Longo (Agegroups), nas distâncias de 4Km, 120Km, 30Km. Espanha será de novo o destino, mas desta vez ao Norte, em Vitória.
A foto é da Helena
8 comentários:
Parabéns pelo esforço, parece que isso deve ser o caruncho a chegar com a idade, fica encontro marcado para Vitoria, até lá devemos encontrar-nos num qualquer Duatlo ou Triatlo deNorte a Sul deste País.
p.s - Oh Fernando, tens de ter cuidado com os relatos, dizer que andas com uma dor nas nádegas...,é pores-te a jeito para os comentários dos teus amigos e companheiros parece que já estou a ver os Posts nos seus Blogues.
O teu relato fez-me lembrar aquela conversa mole de alguém que quer pedir a outrém alguma coisa e que começa sempre por apelar ao bom espírito de quem ouve para...ser tolerante. eheheheh. Tou a brincar contigo, Fernando. Olha, eu invejo-te porque nem com conversa mole ainda consigo fazer uma maratona. Nunca fiz, mas começa aqui a nascer o bichinho porque vou vendo o teu exemplo e de outros e sabes como é. Atendendo às adversidades acho que não foi mau de todo. E cuida-te, vê se melhoras.
Um abraço.
Parabens pela prova. Chegar ao fim, nessas condições, quando o mais fácil era desistir, tem um valor maior do que a maioria das pessoas imagina.
Boa recuperação e bons treinos para o que resta de época.
Abraço.
isso é que foi sofrer..., Vitória!!! vale bem a pena o esforço de treinares, e por favor..., mantem-te longe das "correntes de ar" desta vez
;-)
abraço,
Grande Mestre, como diziam as sevilhanas durante a prova: Ânimo,Ânimo. Grande Espartano.
Parabéns amigo pelo esforço e sacrifício e também pela boa marca apesar de tudo.
Eu também estive lá, já sou um Veterano bem avançado mas gostei muito da prova, somos muito apoiados e assim vale a pena a distância que nos leva de Portugal até lá.
Agora boa recuperação.
Abraço.
Parabéns, não deve ter sido nada fácil terminar a prova.
também lá estive, curiosamente também foi a minha 6ª maratona.
Boa recuperação e tudo de bom.
Abraço.
Afinal o «cabrão» lixou-te os planos.A maratona é ingrata muitas vezes. Foi a primeira vez que sentiste na pele o que são 4 meses de treino esforçado sem obter o resultado pretendido. A «carreira» de um maratonista é mesmo assim. Há sempre uma menos boa.Eu acho que o teu «limite» ao nivel da marca ainda está longe. Agora vem Vitória e outra maratona há-de aparecer. Um abraço e recupera bem amigo Fernando...
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