Pela primeira vez marquei presença num evento velocipédico do género, no qual o meu maior receio residia no andar num pelotão numeroso. Acabei por superar o desafio, evitando as quedas que ocorreram perto de mim, fruto de distracções ou toques entre os ciclistas.
O ritmo foi brutal. Os primeiros 80Km em menos de 2h e, até ali, tudo confortável. O pelotão proporciona velocidades inimagináveis. Eu só pensava: - Isto é com amadores. Como será um pelotão de ciclistas profissionais? Um comboio brutal!
A primeira dificuldade do dia foi a subida a Monsaraz. Curta mas íngreme (já a havia subido a Monsaraz no Transportugal, mas de BTT e por uma calçada medieval...). Passei por algumas dificuldades e perdi terreno para os mais rápidos. As pernas não estavam a 100%. Na descida consegui recuperar algumas posições e lá acabei por recolar, com o meu grupo, a outro, que nos antecedia, ao fim de poucos quilómetros. O ondulado alentejano ia criando dificuldades, mas o ritmo era bruto.
À passagem do km 100, estava instalado o prémio de montanha, na Serra d'Ossa. Pouco menos de 4Km mas, uma vez mais, difíceis. E, também uma vez mais, perdi o ritmo para me desviar de 4 ciclistas, que se embrulharam e se espetaram contra um carro estacionado na berma. Chegados ao topo, uma descida muito rápida, onde voltei a apanhar gente, que seguia na frente para entrar em mais um troço de montanha russa.
Os últimos 40Km, até Évora, foram um autêntico rompe pernas, numa estrada de piso imaculado. Foram feitos integrado num grupo de cerca de 20 unidades, no qual seguia a primeira mulher. Fui a poupar-me e desesperado por água. Devia ter consumido 1 bidão/hora e consumi um bidão em 4h22'. Isso foi fatal para o desempenho neste troço final de 40Km. Fibra muscular sem água não funciona. As leis da fisiologia não enganam.
A primeira mulher, inglesa, bem queria que andássemos mais depressa, mas o grupo não estava mesmo para aí virado. Todos levavam já a sua dose.
A chegada à meta, instalada junto ao Templo de Diana, foi feita através de uma subida íngreme e em calçada. Eu já não tinha potência para seguir mais depressa e nada tinha em jogo. Acabei na 75ª posição, em 4h22', a cerca de 15' do vencedor (37,6Km/h de média).
Na foto, o Eddy Merckx, nos seus tempos de atleta.
2 comentários:
deve ser uma grande experiencia...., se até tu consegues andar esses km's todos a média de 37km/h!?!? não admira as médias fabulosas que se atingem nas grandes voltas :-D
é de valor!!!
abraço,
Vamos lá a nadar, preciso de uma boa roda nos triatlo olimpicos;))
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