segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quase, quase bom!
























Ontem foi dia de Triatlo Longo, em S. Jacinto. Esta freguesia fica numa península, assim ao jeito de Tróia, no concelho de Aveiro. O local é muito aprazível, extremamente tranquilo e pejado de restaurantes com bom peixe. A tribo do Triatlo veio quebrar essa pacatez, invadindo o centro de S. Jacinto, a base aérea que ali se situa e a estrada, plana, que bordeja a ria, até à Torreira.


Fui para S. Jacinto com grandes expectativas. Pensava que podia mesmo ganhar o meu escalão se as coisas me corressem bem. Sentia-me forte na bicicleta e experiência recente do Longo de Lisboa, havia-me deixado bastante motivado.


A natação, na distância de 1900m, desenrolou-se na ria, no interior do porto de abrigo. Nadei de forma tranquila, bem orientado, alcançando um registo de 33'24". Nada mau. Rapidamente saltei para a bicicleta e me fiz à estrada. O piso é imaculado e sempre plano permitindo ritmos muito elevados. Contudo, a configuração da minha bicicleta não é a ideal para estes contra-relógios de longa duração. Pelo menos, um guiador adaptado a estas circunstâncias teria feito enorme diferença, permitindo uma posição mais aerodinâmica, poupando com isso bastante energia. Mas é o que temos e foi assim que me fiz à estrada!


A partir da terceira, das quatro voltas de ciclismo, senti alguma quebra. Especialmente no trajecto de regresso a S. Jacinto, onde o vento frontal me quebrava, significativamente, o ritmo. E parecia que aumentava a intensidade com que soprava a cada volta que passava.


Iniciei o segmento de corrida com alguma dificuldade. Tinha dores abdominais e as pernas pouca vontade em andar depressa. Atrás de mim, seguia o meu principal adversário do dia, o Pedro Quintela. Sentia-o a ganhar terreno e sentia-me sem capacidade para responder. Quando ele me alcançou, durante a segunda das cinco voltas de corrida, não tive capacidade para colar. Tentei recuperar para intensificar o ritmo no final, para ainda poder tentar alcançá-lo de novo. Se o consegui ligeiramente na quarta volta, na última acabei em perda total, já só com a preocupação em manter o segundo posto do escalão.


Acabei assim por perder uma excelente oportunidade de baixar do registo das 4h30'. Ganhou o Pedro, de forma meritória, por ter gerido a sua prova de forma mais adequada, o que lhe permitiu, não só, anular o meu avanço durante a corrida final, como ganhar ainda mais uns minutos. Eu acabei por ficar satisfeito com o segundo lugar.


Resultado final: 25º da geral, 2º do Escalão V1, no tempo de 4h34'12".


As próximas provas são já nos próximos dois fins-de-semana. Primeiro, em Peniche, a contar para o Campeonato Nacional de Agegroups. Depois, em Oeiras, a pontuar para a Taça de Portugal.




A foto é do Tiago Quintela

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carregado!


Dando continuidade àquilo que está a ser um mês alucinante, em termos competitivos, depois do Triatlo Longo de Lisboa e do Grand Fondo Eddy Merckx, ontem foi a vez da primeira etapa do Campeonato Nacional de Triatlo, disputada na distância Olímpica. O destino foi Montemor-o-Velho, vila que a edilidade fez saltar para o mapa, graças a uma magnífica infra-estrutura desportiva que, para já, já cativou as federações de canoagem, remo, natação e triatlo, para instalarem os seus centros de alto rendimento.

Claro que tinha de estar cansado. Aliás, esse estado tem sido bem patente nas tarefas mais exigentes do treino semanal, em que algumas têm ficado sem a conclusão devida ou longe da intensidade prescrita. O vento que ontem soprou também não ajudou, em nada, o desempenho dos atletas.

Com a água a 23ºC era interdito o uso de fato isotérmico. Apenas os atletas com mais de 50 anos o podiam fazer. A natação correu-me particularmente mal, pois não consegui manter uma trajectória linear. Consequente fiz mais metros e demorei mais tempo. É uma pena, mas ainda não consegui transpor para as águas abertas a evolução que o cronómetro mostra na piscina. Isto não obstante estar perfeitamente consciente da necessidade de um grande investimento no segmento, provavelmente para ganhos pouco significativos. Mas, isso são contas de outro rosário. O que é um facto é que, é desesperante andar constantemente a correr atrás do prejuízo.

O segmento de ciclismo de Montemor-o-Velho consta de 6 voltas a um percurso que mescla sectores rolantes e rápidos, com sectores técnicos na zona urbana. Pelo meio, uma rampa, íngreme, com cerca de 200m de extensão. Acabei por fazer um bom segmento de ciclismo, apanhando e deixando para trás diversos grupos. Para tal tive a colaboração do Gary Blesson, atleta britânico do escalão V2, com quem partilhei, quase em exclusivo, o esforço dos 40Km de ciclismo.

Na corrida final de 10Km, disputada na margem da pista de canoagem, comecei em bom ritmo. Contudo, cerca do Km 7 tive uma ligeira perda, que me impediu de alcançar um registo melhor que 39'48".

No final, uma marca de 2h18'40", 45º em 204 atletas à partida, entre os quais vários representantes da selecção brasileira. Fui o segundo V1 mas esta competição apenas premeia os escalões de Sub-23, Seniores e, claro está, os absolutos. Portanto, nada de pódio.

Agora continuara a carregar e esperar poder apresentar-me em boa condição no Triatlo Longo de Aveiro (1,9Km; 90Km; 21Km). É já daqui por 15 dias.

A foto é da Rita Ramos

domingo, 8 de maio de 2011

Grand Fondo Eddy Merckx - Évora

Eddy Merckx, considerado o melhor ciclista do século XX, é o patrono da "GrandFondo Eddy Merckx", Circuito Mundial de ciclismo da UCI de amadores e veteranos, que se realizou hoje, em Évora, ao longo de 164 quilómetros (com passagens pela Serra d'Ossa, em Redondo, e por Monsaraz).

Pela primeira vez marquei presença num evento velocipédico do género, no qual o meu maior receio residia no andar num pelotão numeroso. Acabei por superar o desafio, evitando as quedas que ocorreram perto de mim, fruto de distracções ou toques entre os ciclistas.

O ritmo foi brutal. Os primeiros 80Km em menos de 2h e, até ali, tudo confortável. O pelotão proporciona velocidades inimagináveis. Eu só pensava: - Isto é com amadores. Como será um pelotão de ciclistas profissionais? Um comboio brutal!

A primeira dificuldade do dia foi a subida a Monsaraz. Curta mas íngreme (já a havia subido a Monsaraz no Transportugal, mas de BTT e por uma calçada medieval...). Passei por algumas dificuldades e perdi terreno para os mais rápidos. As pernas não estavam a 100%. Na descida consegui recuperar algumas posições e lá acabei por recolar, com o meu grupo, a outro, que nos antecedia, ao fim de poucos quilómetros. O ondulado alentejano ia criando dificuldades, mas o ritmo era bruto.

À passagem do km 100, estava instalado o prémio de montanha, na Serra d'Ossa. Pouco menos de 4Km mas, uma vez mais, difíceis. E, também uma vez mais, perdi o ritmo para me desviar de 4 ciclistas, que se embrulharam e se espetaram contra um carro estacionado na berma. Chegados ao topo, uma descida muito rápida, onde voltei a apanhar gente, que seguia na frente para entrar em mais um troço de montanha russa.

Os últimos 40Km, até Évora, foram um autêntico rompe pernas, numa estrada de piso imaculado. Foram feitos integrado num grupo de cerca de 20 unidades, no qual seguia a primeira mulher. Fui a poupar-me e desesperado por água. Devia ter consumido 1 bidão/hora e consumi um bidão em 4h22'. Isso foi fatal para o desempenho neste troço final de 40Km. Fibra muscular sem água não funciona. As leis da fisiologia não enganam.

A primeira mulher, inglesa, bem queria que andássemos mais depressa, mas o grupo não estava mesmo para aí virado. Todos levavam já a sua dose.

A chegada à meta, instalada junto ao Templo de Diana, foi feita através de uma subida íngreme e em calçada. Eu já não tinha potência para seguir mais depressa e nada tinha em jogo. Acabei na 75ª posição, em 4h22', a cerca de 15' do vencedor (37,6Km/h de média).

Na foto, o Eddy Merckx, nos seus tempos de atleta.