sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sotavento

Durante os últimos 15 dias os concelhos do Sotavento algarvio foram os meus locais de treino. Como a N125 não é, de todo, do meu gosto para treinar, explorei a vasta rede de estradas do barrocal algarvio. O barrocal é uma zona, entre a serra e o litoral, na qual predominam várias elevações de origem calcária que, por norma, não ultrapassam os 400m. Apesar da baixa altitude são íngremes, tornando as estradas num verdadeiro rompe-pernas de declive acentuado.

Fiz nove treinos de ciclismo. Uns mais curtos, outros de regeneração ou intensos, com boas subidas, nas quais pontificou um local que desconhecia, mas que se caracteriza por uma fantástica vista, abarcando a área entre Albufeira e Vila Real de Santo António, com especial ênfase sobre a totalidade da Ria Formosa. É o Cerro de S. Miguel, a 400m de altitude  e onde se chega por uma estrada má, com cerca de 4Km de extensão (há uma alterntiva, mais acessível, pelo lado de Estói).


Nos treinos mais longos, o de maior distância foi aquele que me levou de Tavira até perto do Cachopo, na serra do Caldeirão e a partir daí para os lados de Alcoutim, Odeleite e das barragens de Beliche e Odeleite.

Em plena serra e quase em isolamento total. Foi difícil encontrar cafés para comprar água nas poucas localidades por onde passei. Se o pavimento das estradas estivesse bem cuidado, como na região do Grande Pinhal (Sertã, Oleiros), esta zona podia constituir uma excelente alternativa para treinar. Contudo, alterna estradas boas com verdadeiros pesadelos, sendo que, muitas vezes, está em melhor condição uma estrada municipal do que uma nacional.

Apesar do meu foco ser o Titan - o triatlo de longa distância que se disputará daqui por um mês na zona de Cádiz - Espanha, treinei essencialmente ciclismo. Por um lado tenho um pequeno toque num pé que pretendo que melhore rapidamente e, por outro, a água do mar esteve muito fria. Quatro provas de mar e uns treinos muito curtos na praia, apenas para num perder a já pouca sensibilidade que tenho para estas coisas da natação.

Em suma... dei uma biqueirada no planeamento, pelo que o Titan será, sobretudo, para desfrutar do ambiente e cumprir a prova, sem qualquer espécie de veleidade.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Fim-de-semana na Sertã

Rio Zêzere
Dois dias na Sertã, um dos meus locais de eleição para pedalar. Desenhei dois trajectos com muitas e boas subidas, como preparação para o Titan Triatlon que se avizinha. Como o mau tempo me persegue foram mais dois dias com chuva... Quem diria... Chuva em Agosto no Pinhal Central!





Dia 1
Reservei para este dia a ligação Sertã-Oleiros, pela serra, via Várzea dos Cavaleiros. Uma subida com troços iniciais acima de 15%, que nos leva um pouco acima dos 800m, durante 13,2 Km recheados de belas vistas. Depois de alcançar Oleiros, planeava fazer outra subida emblemática, desde aquela vila até Vale de Cavalo.

Até ao alto tudo corria bem, não obstante o vento, a chuva e o nevoeiro. Contudo, durante a descida, os restos de vegetação, provenientes da limpeza das bermas, e ainda espalhados na estrada provocaram-me um furo.

Um dos furos que, até hoje, mais trabalho me deu a reparar. A câmara de ar nova que transportava comigo estava furada, o que me levou a ter desmontar e montar tudo outra vez, depois de remendar a câmara inicial com um daqueles remendos autocolantes de cuja eficácia, até à data, duvidava. Está mais do que aprovado!  Depois mais uma luta, desta feita para colocar a bomba de CO2 a funcionar. Após 45' parado decidi encurtar o trajecto e regressar pela nova, e imaculada, estrada que liga Oleiros à Sertã, novamente debaixo de chuva.

Dia 2

A ideia era rumar a Figueiró dos Vinhos e explorar a zona de Ribeira de Alge e Foz de Alge. Como há muito não acontecia, mal saí da vila da Sertã começou a chover outra vez. Como há triatletas por todo o lado, cruzei-me com o Rui Sousa e outro companheiro do Sporting da Golegã. Inverti a marcha e juntei-me a eles. Refiz mentalmente o meu plano de percurso, optando então por rumar a Vila de Rei e Ferreira do Zêzere onde o céu parecia menos escuro. O trajecto é bem ondulado, com subidas compridas, excelentes para efectuar em ritmo de competição. Em Ferreira do Zêzere a chuva parou, a estrada secou e assim pude desfrutar da magnífica descida para Vale Serrão a boa velocidade.

Em suma, dois excelentes dias de treino pese embora a chuva. A fantástica rede de estradas, a excelente hospitalidade, a beleza natural e o sabor dos produtos da terra, convida a voltar mais vezes e a desenhar novos trajectos. Fica o desafio.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Estrela, a velha Estrela!

Ao fundo, muito ao fundo, Unhais da Serra
Ontem foi dia de regressar à Estrela. Um dia depois de um dos melhores eventos velocipédicos amadores que se organiza em Portugal - o Skyroad. Um dia que, por aquelas bandas, pouco se assemelhava ao dia de Verão que devia ser.

Na véspera, o Skyroad havia sido neutralizado, com os participantes a serem impedidos de subir à Torre face às difíceis condições atmosféricas que ali se verificavam. Ontem, apesar de uma meteorologia mais favorável, tivémos, ainda assim, que adaptar o nosso trajecto e experienciámos amplitudes térmicas na casa dos 20ºC.


Saímos da Covilhã com destino a S. Romão. Seriam cerca de 75Km de falso plano antes de abordarmos a subida à Torre pela mítica Sra. do Desterro. Saímos da Covilhã com bom tempo mas, à medida que nos deslocávamos, o céu fechava, a chuva aparecia, a temperatura descia e o nevoeiro pairava. Ao fim de 40Km parámos num café, em Pedras Lavradas e decidimos que, estando menos bem equipados para aquelas condições, não seria sensato continuar.


Resolvemos então voltar para trás e tentar a ascensão à Torre por Unhais da Serra. Era uma estrada que eu conhecia de há 20 anos atrás, quando então era um simples estradão de terra batida. O traçado manteve-se, e é agora uma estrada de largura generosa, mas de péssimo piso. É imensamente rugosa o que dificulta bastante a progressão, especialmente quando as inclinações se atiram para os 16%! E para ser mítica mesmo, ao belo estilo do Giro de Itália, pelo meio havia um troço de 1,5Km em terra batida... :-)

Superadas as dificuldades apanhámos a nacional na Nave de Santo António e daí subimos à Torre para degustar uma sandocha de presunto.

De regresso, seguimos a estrada que desce o vale glaciar do Zêzere. Já tinha algumas saudades de ali passar, sempre a boa velocidade, com algum cuidado devido ao piso menos cuidado. Passámos Manteigas e continuámos a descer até à localidade de Vale de Amoreira, onde cruzámos o Zêzere na direcção de Verdelhos. A partir daí apenas mais uma encosta para vencer e depois, novamente a boa velocidade para Teixoso, Vila do Carvalho e Covilhã.

A alteração que nos vimos na obrigação de introduzir retirou cerca de 20Km àquilo que inicialmente prevíamos. Pedalámos 143Km, em pouco menos de 6h00 e vencemos perto de 2700m d+. As sensações não foram tão boas quanto o que eu podia esperar e fiquei muito satisfeito por ter optado por montar uma cassete 12-27, em vez da minha habitual 11-23. Até teria subido, mas seguramente, ontem, teria sofrido horrores.

A foto é minha e mostra a garganta de Unhais da Serra.




terça-feira, 24 de junho de 2014

Estatísticas e fotos do Iberman



O troféu de 2º classificado no grupo de idade
Para os interessados nas coisas das estatísticas, aqui ficam alguns dados sobre o meu Iberman 2014 - o segundo, e o treino que realizei até lá. Menos volume do que no ano anterior, pois não tive tanta disponibilidade, mas mais experiência e conhecimento sobre a distância.



Equipamento


Cumpridos 3,8Km a nadar
Fato Sailfish, equipamento ZeroD, sapatilhas Zoot TT 7.0, bicicleta Specialized Transition Pro, com andamentos 54x39 e 11x23.



Em prova



Em direcção a Mértola. O calor ainda não estava no auge
Tempo final: 11h22'44", 10º classificado, 2º do grupo de idade [45-49], dentro dos primeiros 6% de todos os atletas chegados.
Natação: 1h11'24", 37º registo do dia, dentro dos primeiros 42% do pelotão.
Ciclismo: 5h55'17", 7º registo do dia, dentro dos primeiros 7% do pelotão.
Corrida: 4h07'13", 16º registo do dia, dentro dos primeiros 17% do pelotão.
T1: 4'56"; 40º registo do dia, dentro dos 45% mais rápidos.
T2: 3'54"; 25º registo do dia, dentro do primeiro terço mais rápido.


No segmento de corrida de 42,2 Km
Na natação demorei mais 11' do que o mais rápido, no ciclismo mais 31' e na corrida mais 53'. Fiquei a 40' do vencedor do meu escalão, atleta que ultrapassei no segmento de ciclismo, mas que me voltou a apanhar e deixar para trás no início da corrida.


Com os meus colegas do CNCVG
Nelson Fernandes e António Rodrigues
Consumi 1.186C, na natação, 3.987C no ciclismo e 2.118C na corrida. Ingeri 6 pacotes de gel Powerbar, 2 barras Zip Vit, 4 pastilhas energéticas Nutrend, 12 pastilhas de sais Nutrend a par de comprimidos com electrólitos. Água terão sido 20l e ainda diversos copos de Coca-Cola, mesmo apesar de ter sido disponibilizada quente(!!!).


No treino

Início da preparação: 06 de Janeiro,  6.735 Km, 250h20',
Natação: 162 Km, 72h20';
Ciclismo: 3.214 Km, 115h00';
Corrida: 734 Km, 63h00'.


Palavras especiais


226Km e 11h depois...
Para o Paulo Conde que, não tendo sido, desta vez, o responsável pelo meu planeamento, foi, sem dúvida, o mentor e o grande conselheiro. Obrigado.

Para o Edgar Andrade, treinador de natação que consegue que "âncoras" se desloquem durante 4 Km, sem afundar e com capacidade para pedalar e correr a seguir. Mais do que um agradecimento, caberá um pedido de desculpas, pelos cabelos que lhe deixamos em pé... :-)

Para os meus colegas de equipa que, durante todo o tempo, me acompanharam nas saídas de ciclismo ou partilharam comigo o cloro da piscina, aligeirando, através da sua presença e amizade, a dureza do treino.

À Rita Ramos e ao João Serôdio pelo apoio incondicional antes, durante e após a prova. 


Finalmente, uma bebida fresca. À Vossa!
À Federação de Triatlo de Portugal por não ter conseguido fornecer mais do que bebidas quentes nos abastecimentos de corrida, num dia em que as temperaturas passaram além dos 40º C. Conseguiram tornar muito mais difícil o que já de si é bastante difícil, não falando do comprometimento da saúde dos atletas. Mas, também assim, conseguiram que eu me superasse para além daquilo que julgava ser possível. Obrigado! :-)








Fotos do João Serôdio

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Travessia Bessone

Para limpar o corpo do Iberman, no Sábado fui fazer a Travessia Bessone. Foram 2,5Km a nadar entre Paço d'Arcos e a Marina de Oeiras.


Nadei com fato isotérmico. O mar estava com bastantes e grandes ondas, pouco confortável para nadar. As ondas elevam-nos, o que, por vezes, provoca com que demos as braçadas em falso. É desconfortável e quebra o ritmo do nado.


Após a chegada, com o Manuel Gonçalves

Felizmente a corrente era favorável ao sentido de deslocação o que me permitiu cobrir a distância em 34'. Impensável sem essa ajuda.

Foto da Rita Ramos