segunda-feira, 24 de junho de 2024

Representando a equipa Triatlo Portugal

Passam 20 anos desde que, pela primeira vez, alinhei num triatlo com as cores da equipa Triatlo Portugal. Foi então na Madeira, corria o ano de 2004 e competi no Campeonato do Mundo de distância standard, no qual alcancei a 47ª posição. Quatro anos depois era a vez de Lisboa receber a mesma competição. Voltei a competir, tendo então ficado em 33º lugar.

Há 12 anos surgia a distância longa (4; 120; 30)Km, em Vitoria-Gasteitz - Espanha. Um dia duríssimo para mim, no qual terminei classificado em 56º. 

Vitoria foi um marco importante na minha história na modalidade, pois percebi que seria determinante ter um treinador, e no dia seguinte iniciei o meu caminho com o meu amigo Paulo Conde.


O passado Sábado marcou mais uma etapa neste caminho, com a minha quarta competição com as cores de Portugal, numa prova de média distância (1,9; 90; 21,1)Km, disputada em Coimbra, onde se atribuía o título de campeão europeu de média distância.

Segmento de natação cumprido em 37' - o possível e ao nível habitual. O segmento de ciclismo foi forte -2h20' para os 90Km - o que me permitiu recuperar terreno. No entanto, os mais rápidos do Agegroup também tiveram excelentes desempenhos neste segmento, pelo que as decisões finais ficariam mesmo para os 21,1Km de corrida, entre as margens do Mondego e a mata do Choupal.

Não tinha expectativas elevadas para este segmento, pelas vicissitudes que a minha preparação tem atravessado, no que à corrida diz respeito. Mas, o desempenho conseguiu ser ainda mais fraco do que eu poderia antever, com um registo de 1h39', desde logo impeditivo de lutar por algo melhor do que o 8º lugar na classificação M 55-59, em 4h43'.

Em suma, tempo de assestar o foco para a prova de outubro, na desejada ilha grande do Pacífico Norte. Faltam 124 dias!

  • O equipamento da equipa Triatlo Portugal é bom e bem conseguido em termos visuais. Fabricado pela EM3, que me tem equipado desde há uns anos a esta parte, era de modelo diferente daquele que tenho elegido. Como tal, comprimia-me um nadinha demasiado.
  • A organização implementou boas alterações ao percurso de ciclismo - as questões de segurança com muita gente no percurso assim o exigia.


Fotos da Helena e Rita Ramos 


 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Half de Setúbal | 8 em 8

A época de 2024 abriu em Setúbal. Vou-me repetir, mas gosto de Setúbal e gosto muito, muito mesmo, do Half de Setúbal. Participei e concluí todas as 8 edições da prova realizadas e, em todas, consegui um lugar no pódio.

A prova de ontem servia para testar a optimização da minha posição em cima da bicicleta, depois de um estudo biomecânico realizado pelo Orbis Lab. Queria também avaliar o impacto do treino de natação na prestação na água, e ainda, determinar como uma pequena debilidade física me poderia condicionar a corrida. Isto, obviamente, depois de fazer o principal, que nestas coisas é andar o mais depressa possível.


A natação foi feita de forma tranquila, sem qualquer sinal de fadiga - nem de velocidade, infelizmente... Partida limpa e um percurso sem dificuldades de maior, concluído em menos de 33'.


Foco na transição, onde na ´época passada havia perdido demasiado tempo para o António Calafate, que põe sempre a fasquia do escalão a um nível altíssimo. Esses detalhes, a somar ao fosso que ele cava na natação, dificultam imenso as coisas.

Sabia que tinha feito um bom Inverno no treino de ciclismo e estava muito confiante para este segmento. Mantive a intensidade dentro das zonas definidas pelo meu Treinador Paulo Conde e o registo foi conforme o esperado: um excelente registo de 2h25', sem hipotecar o estado físico para a corrida final.

Aqui residia a grande dúvida. Conseguiria correr sem dor? E, até que ponto o menor nível de treino deste segmento condicionaria o desempenho final?

Felizmente, desta vez, a diferença para os principais competidores encerrava algum conforto para o meu lado. Não havia que tentar apanhar ninguém nem, tão pouco, evitar ser apanhado por quem quer que fosse. Foi assim possível manter a corrida dentro de algum equilíbrio e chegar à frente relativamente saudável, gastando 1h32 para cumprir os 21,1Km finais. No final, 4h36, com vitória no AG 55-59 e 69º à geral em 817 atletas.


O plano de hidratação/nutrição funcionou em pleno. O trabalho da Orbis Lab, na avaliação biomecânica e alterações introduzidas nas configurações da bike, foi sublime. O controlo de treino da Get Ready é sempre de extremo rigor e com indicações preciosas.

E quando tens um treinador que consegue fazer com andes mais depressa aos 56 anos de idade não há muito mais a dizer. Apenas obrigado pela amizade e competência.


Próxima competição: Half de Sevilha

Fotos: Helena Barros, Rita Ramos, Setúbal Triathlon


domingo, 10 de dezembro de 2023

Tróia-Sagres 2024

O ano de 2023 assinala, para além do facto de ter concluído o meu 10º Ironman, também a minha 20ª participação na Clássica Tróia-Sagres.

Desta vez, feita com a bicicleta de contra-relógio, a testar uma nova posição com novas afinações. Por isso mesmo fez sentido fazer todo o caminho, de cabeça ao vento, na frente do trio - Machado, Serôdio e eu.

O trio acabou por se desfazer por altura do Km120, pelo que fiz os últimos quilómetros a solo.

Pela primeira vez fiz a Clássica fora da data oficial, o que até acabou por ser bom, pois as estradas estavam bem mais tranquilas. A temperatura foi amena, atenta a época do ano, mas ainda caíram uns borrifos até Santiago do Cacém.




O tempo, pouco relevante para quem não ia muito preocupado com isso, foi de 6h33, menos 2' do que no ano passado.

A primeira Epic Ride rumo ao Hawaii 2024 está feita.

O histórico foi este:

2023 - 6h33

2022 - 6h35

2021 - 6h03

2020 - 6h41

2019 - 6h00

2018 - 6h56

2017 - 6h39

2016 - 6h08

2015 - 5h45

2013 - 6h17

2012 - 6h49

2010 - 6h30

2004 - 5h45

2003 - 6h11

2002 - 6h17

2001 - 6h42

2000 - 6h23

1999 - 7h20

1998 - 6h32

1997 - 6h38  

domingo, 29 de outubro de 2023

Slot tropical

O Ironman Malaysia foi a minha escolha para competir na longa distância em 2023. Um destino diferente, num país com um povo fantástico e muito hospitaleiro, onde ser turista até sai barato. Correspondeu muito bem às elevadas expectativas que levava e dei a viagem por bem empregue.

Já no que respeita à prova, confesso que a temperatura da água me deixava algo apreensivo. Apreensão essa que aumentou depois de, nos dias prévios, ter nadado no mar. Apesar de ser uma autêntica piscina, 31C não é de todo confortável para nadar. Tudo isto acrescido por um mês de Setembro sem a minha habitual piscina para treinar, o que me levou a ter de encontrar alternativas, mas onde nunca me foi possível nadar com o volume e intensidade desejados. 

Os dias prévios na Malásia corriam de feição. Reconhecemos o percurso de ciclismo e de corrida, fizemos os procedimentos prévios à prova e até deu para reparar um pequeno dano na minha bicicleta, ocorrido durante a viagem.

No entanto, na véspera da prova acordei com cólicas e diarreia. Logo eu, pouco atreito a este tipo de coisas e onde tive particular cuidado com a alimentação. Apesar de ter comido o mesmo que toda a gente era o único com estes sintomas.


Mal-estar à parte lá fiz os procedimentos de check-in e, logo aí, outro disparate: guardei o gps da bicicleta no saco da corrida - ao qual não teria mais acesso, até iniciar o dito segmento, o que significou um percurso de ciclismo com pouca informação disponível.

Ora bem, com todos estes incidentes, havia que adaptar o mindset à nova realidade. Assim, ponto 1: conseguir cumprir o segmento de natação sem sair da água cozido. 

O percurso tinha 2 voltas, com saída australiana. Cumpriu-se à velocidade possível, mas de forma bastante confortável e, muito importante, sem cólicas. Saí da água com cerca de 1h22' de prova. Uma marca fraca mas, atentas as circunstâncias, acabava por não ser mau de todo, até porque ainda havia bastantes bicicletas no parque de transição.

O ciclismo foi feito sem as referências de potência nem de frequência cardíaca, pois apenas tinha o relógio de pulso, o qual, com a chuva que caía não era de fácil leitura. Com uma cólica aqui e outra acolá, ia passando atletas atrás de atletas. Perto do Km 70 cruzo-me com o support crew e a Rita diz-me que seguia em 6º lugar do Agegroup. 


Lá fui andando até ao Km 160, onde tive uma quebra pouco habitual, que me obrigou a reduzir o ritmo nos 20Km que faltavam até à transição. Mesmo assim, acabei o segmento algo desgastado.



Bem... a 2a fase estava cumprida. Fiz uma transição lenta, para tentar recuperar um pouco e arrefecer o corpo, já que estávamos dentro de um pavilhão climatizado. Agora é que ia doer, pois o sol estava exposto e no seu pico de maior intensidade.

Saí para a corrida em 2º lugar do Agegroup, mas com cerca de 15' de atraso do líder. Ia mais rápido do que ele e as minhas contas diziam que se assim nos mantivéssemos o apanharia antes do Km 40. Isto se não tivesse nenhuma quebra e se os intestinos aguentassem... ou ficava bom... ou ficava estendido na estrada! :-) 


Mas fui precisamente eu a ter uma nova quebra e a ter de caminhar a pé entre o Km 8 e o Km 10,  momentos em que aproveitei para arrefecer o corpo, para ingerir gel, coca-cola e sais, com fartura. A coisa melhorou, voltei ao ritmo pretendido, e sobretudo, queria tentar defender um lugar no pódio.

No entanto, pesem todos estes incidentes, as boas notícias chegavam perto do Km 12... Afinal seguia em primeiro, pois quem liderava anteriormente estava a passar mal... Isto foi um enorme boost motivacional, aliado ao facto de me estar, então, a sentir bem e capaz de ser consistente. 

As comunicações dos tempos que me iam passando eram sempre melhores notícias. A diferença aumentava e podia dar-me ao luxo de correr mais devagar e de passar nos abastecimento com calma, sobretudo para despejar água gelada em cima, para combater o enorme calor e humidade que se faziam sentir.


Daqui em diante, e até à meta, foi apenas o desfrutar da sensação de ir voltar a ser o primeiro do Agegroup, numa prova excelente, exigente, e superando várias adversidades. O fantástico ambiente de fim de tarde na rua mais movimentada da cidade jogava bem com as emoções do momento.

E pronto, não sendo a slot um objectivo acabei mesmo por a ir buscar e, assim, marcar viagem, pela terceira vez, à ilha mágica -Big Island, Hawai'i. Kona, aí vamos nós. 

Completei a minha décima prova na distância Ironman. Cinco dessas vezes no pódio, duas das quais em primeiro lugar. Acho que posso dizer que é um desempenho regular e consistente, sem dúvida fruto do trabalho de vários anos com o meu coach e amigo Paulo Conde.

Acho que o melhor agradecimento, mais do que qualquer palavra, é dedicar-me ao cumprimento do seu trabalho e partilhar todas as emoções deste processo. :-)

Relive 'IM Malaysia'