Afinal os alemães também têm um Hammer Man...
Estava bastante confiante para uma boa marca. Contudo, desportivamente, as coisas correram bastante mal em Hamburgo. Saí na box C e ao fim de 200m já tinha colado no Sérgio e no grupo das mulheres e das suas lebres. Segui encaixado no grupo até ao Km3, momento em que o meu ritmo de marathon pace começava a resvalar para valores desadequados e resolvi abrandar um pouco.
Passava aos 10Km em 36'36", perfeitamente dentro do tempo definido. Contudo, sentia algum desconforto muscular. As coisas não iam soltas e fáceis. Senti os primeiros arrepios no couro cabeludo.. - Não pode ser! - pensei. Mas era. E de tal maneira era que o pensamento de entrar no metro e regressar ao hotel ganhava forma. Contudo, se isso nunca tinha até acontecido hoje, não iria ser hoje a acontecer. Lá continuei, apesar dos registos piorarem quase quilómetro a quilómetro, execepção feita ao momento que fui alcançado por uma deusa, super aerodinâmica e digna do melhor design alemão, despoletando a réstia de ânimo que havia dentro de mim, e fazendo-me manter no grupo durante mais algum tempo (sim! A minha mulher é leitora do blogue... E então?)
Estava cheio de sal no corpo e as pernas não trabalhavam. Sinais evidentes de desidratação, que impediam o adequado funcionamento muscular. Nunca numa prova de atletismo fui passado por tanta gente. Inclui-se um gajo com uma marreca e um puto que mandava os pés para a doca...Lastimável...
Os objectivos durante a prova foram sofrendo sucessivas alterações. Assim, à meia já pensava em tentar baixar das 2h45'. Poucos quilómetros depois revia o objectivo para as 2h50' e minutos após, a coisa já ia mesmo em tentar um tempo sub-3h00. Em suma: um dia mau!
Quanto a Hamburgo. Se já gostava muito, ainda mais fiquei a gostar. O público é muito, ruidoso e participativo. Gente que sabe àquilo a que assiste e qual a melhor forma de incentivar os atletas. O desporto é um bem universal e muito precioso para as gentes daquela cidade. A cidade é muito verde, com belos edifícios e bastantes parques. A rede do metropolitano perfeita e de borla para os atletas. A organização excelente. Só peca por fornecer água em copos. Quanto a isso, prometi a mim mesmo que, brevemente, irei testar soluções para conseguir beber de um copo enquanto corro...
Por fim, os agradecimentos. Ao Sérgio, por se envolver no planeamento do treino para este numeroso grupo de malta e por o fazer de forma tão profissional. A todos os corredores, os que estiveram presentes, mas também aos ausentes, por serem quem faz com que isto tudo tenha sentido e por serem excelentes companheiros de treino. Ao Mário por ter disponibilizado a boleia na sua máquina fantástica e ao Manel por ser o melhor chefe de cabine do Mundo, ainda por cima especializado em maratonistas empenados. :-D
A próxima será... Eu gostava de ir ao Dubai... :-D