segunda-feira, 14 de setembro de 2015

SkyRoad | Aldeias de Xisto

Isto é o SkyRoad
Este será, seguramente, um dos melhores eventos desportivos que acontece em Portugal.

É levado acabo por uma equipa integrada por alguns amigos e liderada pelo António Queiroz, que conheço de há uns bons anos, desde os primórdios dos BTTs épicos em Manteigas, na Serra da Estrela. Sei, portanto, que o rigor está garantido e que, aconteça o que acontecer, os atletas, a sua segurança, o seu bem-estar e a sua satisfação vêm sempre primeiro. Mais uma vez a regra manteve-se.

Se atentarmos ao preço e se o compararmos com eventos de modalidades ou actividades análogas ficamos a pensar como nos oferece o SkyRoad tanto por tão pouco ou, como nos cobram os outros tanto por tão pouco - nada de ideias de aumentar os preços... :-)

Ontem a chuva marcou o evento. Estava preparado para um chuvisco mas não para a bátega de água que apanhámos no último terço do percurso. Sabiamente, a Organização anulou a última descida do dia, os 20Km que ligam o Trevim à Lousã, colocando a meta no ponto mais alto e fazendo a descida apenas como troço de ligação e não cronometrada.

Ontem, não tinha as pernas num dia particularmente bom. De qualquer forma foi a edição em que consegui andar mais rápido.

Depois da subida da Pampilhosa começou a chuviscar. Estrada rápida, ligeiramente a descer, onde preferi abrandar um pouco para poder apanhar a boleia de um grupo que me seguia a escassos metros e ter assim essa preciosas ajuda. A estrada húmida e algum vento inspiravam muitas cautelas, mas tudo acabou por correr sem novidade. Acabei por perder este grupo a chegar à localidade de Picha ficando de novo sozinho, mas agora encharcado e menos confortável.

A descida para Castanheira de Pêra foi feita já a velocidade bastante lenta. A estrada é técnica e as Zipp em carbono não são as melhores rodas para travar nos dias de chuva. Cheguei à vila muito desconfortável com o frio, a pensar no que me esperava no alto do Trevim e na subsequente descida até à Lousã. Decidi então que iria abandonar por ali e do facto dei conhecimento ao staff da Organização.

Argumentaram de várias formas para me convencer a continuar. Mas só tiveram êxito quando me informaram que só pelas 17h teriam condições de me levar dali. Pronto! Estava convencido. Montei de novo a bicicleta e segui serra acima. Tinha 13Km a subir o que daria para aquecer. A temperatura no alto era de 12ºC e depois, na descida iria devagar, até porque a prudência a isso obrigava.


As pernas também não permitiam uma velocidade muito elevada, mas davam para subir de forma constante e sem grande dificuldade.

Chegado ao topo enfiei um jornal debaixo da camisola foi tempo de descer até à Lousã. Foi uma descida longa, demorada, chuvosa, ventosa e a bater o dente, premiada com um furo a meio caminho. Acabei por trocar a roda por uma fornecida pelo apoio móvel da organização, não tendo assim o trabalho de trocar de câmara debaixo da chuva e do vento. Mas, o aro era bem mais estreito do que o meu Zipp e não consegui afinar o travão de modo a permitir a travagem. Portanto... foi descer ainda mais devagar e a abrandar apenas com recurso à travagem num aro de carbono. Épico!

A missão foi cumprida e o desfrute foi enorme, especialmente durante os primeiros 120Km. Depois a chuva mudou as coisas e passámos a entrar no campo da força mental. 

Venham mais.