A meteorologia nacional previa uma catástrofe. Ventos ciclónicos e chuva torrencial. Afinal, nada disso aconteceu (aliás, como quase sempre acontece). A manhã fria, com algum nevoeiro e humidade, mas nada mais que isso.
Acordei com pouca vontade, pois no Sábado estive bastante indisposto. Mas a coisa estava planeada e tudo combinado, ainda por cima com dorsal VIP o que permitia a viagem para o tabuleiro de autocarro e o acesso a uma tenda com umas sandochas e bebidas frescas no final. Mordomias que sabem sempre bem... o mal é habituarmo-nos a elas.
Tinha como estratégia fazer a prova com o Mário Chaves, o meu potencial parceiro em Hamburgo. Contudo a partida foi demasiado rápida, pois saí da primeira fila da ponte. O primeiro quilómero em 3'22", o Mário a achar, e bem, que íamos demasiado rápido e eu a querer aproveitar um pequeno grupo, logo à minha frente. Na altura da decisão de me atrasar um pouco para esperar pelo Mário ou seguir com o grupo, optei pela segunda solução.
O ritmo era vivo e o grupo protegia-me do vento. À passagem do Km7 houve um ataque e eu fiquei. O ritmo era ainda mais forte e superior à minha capacidade. Passava aos 10Km em 35'33", melhor que o meu recorde pessoal na distância, mas começava a sentir-me algo vazio.
Estava sozinho e o meu ritmo ia descendo, ainda que de forma muito ténue. No retorno, a cerca de 4Km do fim, percebi que o Salvador vinha muito perto. Acabaria por me alcançar 2Km mais tarde e daí até ao fim colou-se bem coladinho, para voar para um novo recorde pessoal, pulverizado por mais de 3'. Fez uma grande prova; está de parabéns!
A restante malta mostrou que os quilómetros do Sérgio estão a fazer efeito. Boas marcas para o nível competitivo em questão. Eu fiz 80ª posição, com 1h16'43", a 3'38"/Km.
Pessoalmente, fiquei convicto que, se mantiver o nível de treino das duas últimas semanas, terei um bom desempenho em Hamburgo.
As fotos foram tiradas pelo Ricardo Silva. O atleta/fotógrafo que ilustra as provas pelo lado de dentro.